*Por João Vitor Segura
Depois de excelente primeira fase, a Ferroviária assegurou a classificação ao quadrangular final da Série C. Agora, restam seis finais para sacramentar o acesso à Série B. E quem diria, depois da conquista heroica da vaga na terceira divisão nacional, o foco, que era permanecer, rapidamente passou a ser a vaga no segundo mais alto nível do futebol brasileiro.
Falar sobre os primeiros 19 jogos da Locomotiva é chover no molhado. Com a melhor defesa de todas as divisões nacionais, a equipe de Araraquara igualou a sequência invicta do Sampaio Corrêa, em 1997, quando o clube maranhense foi campeão daquela edição.
Além disso, a Ferroviária superou a marca do Fortaleza em 2012, a maior invencibilidade na “era moderna” da Série C. Naquela ocasião, o Leão do Pici ficou 12 jogos sem saber o que é perder, mas ficou sem o acesso posteriormente..
A questão é: não adianta atingir marcas imensuráveis e, no final, ficar no quase pelo objetivo mor. A comparação é à Série D de 2021, quando a Locomotiva ficou 19 partidas sem ser derrotada e mais de 1000 minutos sem ser vazada no campeonato mas, na decisão contra o Atlético Cearense, decepcionou e perdeu o acesso.
No entanto, agora a situação é diferente. A equipe grená não está mais invicta. Depois da derrota por 2 a 0 contra o Botafogo da Paraíba, na última rodada da primeira fase, a Ferroviária perdeu a invencibilidade. Quem sabe essa derrota seja positiva num futuro próximo. Mas de que forma?
Isso porque não há mais a mística de não perder na competição. As chances de arrogância e “salto alto” pela marca inacreditável já não existem mais. E já eram mínimas, segundo os próprios jogadores e o treinador Júnior Rocha.
Em entrevistas ao portal Trilhos da Locomotiva, o comandante afeano afirmou, antes de Vitor Barreto também falar o mesmo, que isso não seria um obstáculo, reforçando a força mental do elenco. A preparação foi bem feita e a expectativa é que os frutos sejam colhidos em breve.
O elenco teve boas adições para a segunda fase da competição. Thayllon, ex-Chapecoense, e Quirino, ex-Mirassol, chegaram ao clube para reforçar o sistema ofensivo. Pouco tempo antes, o elenco afeano contou com o reforço de Cássio Gabriel, que estava no Operário, e fez bons primeiros jogos com a camisa da Locomotiva.
Sem contar os próprios “reforços internos”. Jogadores como Denilson, Vitor Barreto, Weverton, Gustavo Medina e Zé Mateus cresceram de produção junto com o time durante o torneio. Sem contar os demais, como Ricardinho, Carlão, Juninho e Jackson, que sempre foram as referências técnicas do time. O elenco, que já era forte, ficou ainda mais entrosado e potente.
Agora, a Ferroviária tem seis decisões. Seis finais. Seis “dias D”. Mais do que isso, são seis oportunidades de mudar de vida. Se jogar a Série C já era um sonho enorme para aqueles que há tão pouco disputavam a Copa Paulista, estar na Série B seria algo inimaginável.
Por mais que, no começo, a permanência fosse a principal meta a ser atingida, agora a chavinha virou. Não tem como pensar em outra coisa. O sonho de estar na Série B é real.