A resposta é sim. O Brasil está passando por uma situação inédita, devido ao novo coronavírus (Covid-19) e, mesmo durante o período de pandemia, especialistas alertam que o momento é oportuno para a compra de imóveis, seja para quem busca rentabilidade e menor risco ou para quem procura o primeiro imóvel. Nos últimos meses, desde o início da pandemia no Brasil, em março deste ano, o setor da construção civil se manteve ativo e movimenta uma fase de retomada, ou seja, a demanda por imóveis continua em alta.
Dados da Abrainc (Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias) informam que na última década os imóveis tiveram uma valorização média de 9,4% ao ano, o que representa um rendimento 44% maior que o gerado pela poupança. A entidade revela ainda que, considerando valorização e renda do aluguel, quem investiu em um imóvel nos últimos 10 anos, teve um ganho de 15,3% ao ano, em média.
Neste cenário, com os juros reduzidos a um patamar nunca visto, a melhor alternativa acaba sendo os investimentos imobiliários, como uma opção conservadora e rentável, é o que orienta Bruno Chuery, sócio diretor da Bild Desenvolvimento Imobiliário, Araraquara (SP). Segundo ele, as projeções de mercado indicam que a taxa básica de juros – que atingiu 3% ao ano na última reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) – deverá continuar em queda.
“As taxas estão caindo cada vez mais e isso traz consequências claras para quem é investidor: as aplicações como poupança, CDB-DI, LCIs, LCAs, Fundos DI, Tesouro Selic e tantas outras estão rendendo muito pouco. Além disso, as taxas de financiamento de imóveis, hoje, são as mais baixas da história e impulsionam o mercado imobiliário, tornando a rentabilidade da locação uma das mais atrativas, com boas perspectivas de ganho acima das aplicações financeiras”, alerta. Para o executivo, o imóvel é um ativo seguro com tendência de valorização acima da inflação para os próximos anos e acaba sendo uma certeza em momentos de crise.
Para Bruno Abi Rached, que trabalha como gerente da construtora Bild, em Araraquara, com uma pandemia de saúde global como a que estamos vivenciando, há a expectativa de inflação baixa, tendo em vista a diminuição no consumo.
“Com a necessidade de uma política econômica expansionista, acreditamos que o patamar dos juros brasileiros também permanecerá baixo por muito tempo”, alerta. De acordo com o gerente, o momento no mercado de investimentos é de alta aversão ao risco e os investidores têm realocado suas carteiras para ativos mais conservadores. “Isso traz uma grande incerteza e volatilidade para o movimento de médio prazo de ativos, como ações e fundos imobiliários”, avalia.
Cuidados na hora da compra que necessitam atenção
No entanto, quando se fala em investimentos imobiliários é preciso ficar atento. Além da tendência de mercado, há outros fatores específicos na hora da compra. Entre eles, a estrutura do imóvel, a localização, o valor e a solidez da construtora escolhida. Por isso, algumas dicas de especialistas são importantes neste momento.
Quando se compra um imóvel, seja ele para morar ou alugar, é importante buscar empreendimentos com valor agregado, ou seja, modernos, tanto na estrutura interna como nas opções de lazer e segurança.
“É fundamental conhecer a localização do investimento. Eu recomendaria começar pela análise das cidades do estado de São Paulo, tendo em vista que é onde está o maior PIB do país. Outro ponto importante é analisar a oferta de universidades, pois estudantes sempre estão vindos de outras cidades em busca de um lugar para morar, aquecendo o mercado de locação”, explica o gerente.
O preço é outro fator decisivo na hora da compra.
“Normalmente, o valor de empreendimentos modernos é mais competitivo quando comprados na planta, sendo possível conseguir descontos expressivos”, alerta Rached. E por fim, a solidez da construtora é um dos fatores mais importantes neste momento, com atenção à força da marca no mercado da construção. “Compará-la com outros players do setor, visitar sua estrutura física e conhecer de perto o consultor de vendas, levará a diminuir o risco envolvido na aquisição do imóvel”, conclui Bruno Abi Rached.