Começaram a ser colocadas em caixas, na manhã desta quinta-feira (05), as 37 cobras que serão enviadas para o Instituto Butantan de São Paulo pelo Centro de Controle de Fauna Sinantrópica de Araraquara.
Os animais das espécies cascavel, coral e jararaca foram capturados nas últimas semanas, principalmente, na zona rural, e serão transportados nesta sexta-feira (06). Aproximadamente 1,5 mil escorpiões também serão levados.
Os animais são utilizados pelo instituto para a produção de soro contra toxinas de animais peçonhentos, e também em pesquisa e desenvolvimento de medicamentos.
As cobras ficam no biotério, no Parque Pinheirinho, por 30 a 40 dias, antes de serem levadas ao Butantan. “Elas são mantidas vivas para a extração de veneno. A gente só não envia cobras jovens, filhotes, que são reintroduzidas na natureza seguindo orientações do próprio instituto”, explica o agente de combate às endemias, Marcelo Roldan.
Diferente do perímetro urbano, na área rural predomina a captura de animais com peçonha, ou seja, com veneno. Durante o período em que estão no biotério, as cobras são alimentadas por roedores doados pela Universidade Estadual Paulista (Unesp).
O Centro de Controle de Fauna Sinantrópica também recebe animais capturados em cidades da região, algumas, inclusive, que não fazem parte do Departamento Regional de Saúde (DRS-3). Além de cobras, o local é destino de aranhas e escorpiões.
Marcelo Roldan destaca que, com o trabalho educativo realizado com proprietários e trabalhadores rurais nos últimos 10 anos, as capturas aumentaram. Segundo ele, anteriormente, havia muitos casos de animais que eram mortos.
“Nós orientamos e mostramos como capturar em segurança. Então, aumentou muito o volume de entrega de animais, e melhorou a qualidade do envio, já que eles conseguem capturar, por em uma caixa, ligar para a gente”, afirma.
Para Marcelo Roldan, alguns fatores podem ajudar a explicar o aumento de cobras capturadas, como a falta de alimento em ambientes naturais, matas menores e isoladas. “São ilhas de vegetação. Se você olhar uma imagem aérea de Araraquara, é assustador”, justifica.
O agente de combate às endemias lembra que este trabalho, além de manter o equilíbrio natural, é importante para a vida da população. “Uma pessoa que encontra um animal peçonhento poderia ter tido a infelicidade de sofrer um acidente e poderia por conta disso ter precisado do soro. Só se produz o soro com a entrega de animais vivos ao Butantan, que é referência mundial em produção de soro. Então, quando a gente mata um bicho, a gente também está colocando em risco a vida das pessoas”, finaliza.
O QUE FAZER?
Em caso de aparecimento de animais, a orientação é acionar o Corpo de Bombeiros, pelo 193, ou o Centro de Controle de Fauna Sinantrópica pelo (16) 3331-3820.