Um ano após ser diagnosticado com leucemia linfoide aguda, o pequeno Raul, de 7 anos, está voltando para a casa com a bagagem cheia de esperança. Em 10 de dezembro, ele recebeu o tão sonhado transplante de medula óssea.
Desde o procedimento, o Raul ficou no Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto fazendo acompanhamento médico, mas, agora, está prestes a voltar para Araraquara. O retorno está previsto para o próximo sábado (9).
“Foram momentos bens delicados, mas, no fim, a gente esta colhendo a vitória. Estamos voltando para a casa com o Raul praticamente curado”, comemora a mãe, Mariana Daris.
Para ser considerado curado, ele ainda vai precisar esperar por mais cinco anos. É o tempo que os médicos precisam para monitorar como o corpo do Raul vai reagir ao transplante.
Mas, o sentimento da Mariana é o mais otimista e sincero que existe. “Em vista de tudo o que a gente passou no último ano, eu considero o Raul curado”.
TRANSPLANTE
Raul foi diagnosticado com câncer em 10 de abril de 2021. Ali, ele começava a travar uma luta contra a doença: foram muitas sessões de quimioterapia e radioterapia.
Mas, os médicos precisavam de um transplante de medula óssea, de um doador que fosse 100% compatível. Porém, isso não aconteceu.
Com a doença avançado, eles não tinham tempo a perder e optaram por uma medula que fosse 50% compatível. E o doador foi alguém bastante conhecido: o próprio pai.
“A doença não entrava em remissão e estava prolongando o sofrimento dele, mas, graças a Deus, deu tudo certo”, lembra.
“Ele é muito forte, determinado, está feliz que vai voltar para casa”, comemora. “Está voltando a ser criança, brincando, bem ativo”, completa.
FUTURO
Embora esteja bem, a medula ainda não está funcionando plenamente. Por isso, o Raul ainda tem necessidade de transfusão de sangue e plaquetas todas as semanas. Mas, segundo a mãe, tudo tem caminhado bem.
“A doença está zerada, ele não tem leucemia, no momento. A grande questão é fazer a medulinha funcionar”, diz.
Os médicos acreditam que alguns ajustes na medicação sejam suficientes, já que o Raul está bem clinicamente. Uma biópsia foi feita e a família ainda aguarda o resultado do exame.
Outro desafio é conter a ansiedade. Ele terá algumas restrições pela frente, como não se expor ao sol, não ir à piscina ou praia e a escola.
“Esta tudo caminhando para ele ter a vida plena dele, voltar a brincar, ir para escola, passear, se divertir, sem medo. O pior já passou”, finaliza.
CAMPANHA
Em junho do ano passado, a família chegou a fazer uma campanha para cadastrar o maior número de pessoas no banco de doadores de medula óssea.
Em Araraquara não existe um cadastramento permanente de doadores. O registro é feito apenas em campanhas gerenciadas pelo Hemonúcleo. Na região, doadores podem procurar o hemocentro de Ribeirão Preto, por exemplo.