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CotidianoApós dois meses de restrições, comerciantes estão no limite

Após dois meses de restrições, comerciantes estão no limite

Empresárias estão resistindo para não demitir funcionários e fechar as portas

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Francieli Custódio (a direita) diz que é um pouco difícil comprar por drive thru porque não vê as opções (Foto: Amanda Rocha)

O comércio de Araraquara está há dois meses sem atendimento presencial devido ao decreto municipal de combate a transmissão da covid-19. 

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Uma nova realidade de vendas e de compras passou a fazer parte do cotidiano do centro da cidade com o drive-thru e delivery. 

Mas são poucos os carros e motos parados na faixa da esquerda da rua Nove de Julho, a rua 2,  nesta sexta-feira (16).  Comerciantes estão no limite com aluguéis atrasados e negociações de salários com funcionários . 

A empresária Maderli Regina Maçedo está há 30 anos no ramo de roupas e jamais vivenciou um período tão difícil. Para ela o drive thru não funciona porque é muito difícil ser assertiva em uma sacola de roupas para provar em casa. 

“A gente não consegue gerar receita nenhuma porque o cliente que quer comprar roupa não consegue já que muitas vezes ele faz sacola e leva pra casa mas não dá certo. Ele estando na loja ele prova, e as vezes a numeração muda de uma marca para outra. Para ser assertivo em uma sacola no drive thru é muito difícil”, explica. 

A dona de casa Franciele Priscila Custódio, 27 anos, foi pela primeira vez comprar por drive thru. Ela precisava de material escolar mas disse que foi um pouco complicado. 

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“É difícil pra escolher os produtos, porque não vemos as opções lá dentro mas é necessário devido a pandemia”, frisa. 

NO VERMELHO
Sem pagar o aluguel desde fevereiro e negociando com fornecedores, a empresária Maderli Maçedo ainda resiste e mantém o quadro de 20 funcionários. Mas não sabe até quando. 

“Está humanamente impossível a gente se manter de portas abertas, tenho 20 funcionários na minha empresa, não tive ajuda nenhuma do governo, nenhuma isenção de imposto. Eu me preocupo com a vida mas e as 20 famílias que dependem de mim? Quantas já foram demitidas e quantos empresários fecharam as portas? Não sei o que pode acontecer, não sei nem se eu vou conseguir manter minhas portas abertas”, expõe.  

A empresária Maderli Maçedo diz que para o setor de roupas o drive thru não funciona (Foto: Amanda Rocha)

Ela diz que não há fluxo de pessoas na cidade devido a recessão econômica desde o ano passado e que foi feito um terrorismo na cabeça da população com a pandemia. 

“Primeiro que nem tem tanto movimento estamos em fase de recessão há muito tempo e feito um terrorismo na cabeça da população. O pessoal nem tem condição de comprar devido ao desemprego, essa loucura de fechar e não abrir é totalmente desnecessária porque não tem fluxo de pessoas dentro da loja”, opina. 

Para a empresária, é preciso mais diálogo com o setor do comércio para uma solução em conjunto ser encontrada.

PACIÊNCIA
A comerciante Ana Bortolozzo, de 58 anos, aguardava ser atendida em drive thru e comentava que era a primeira vez que fez compras desta forma. 

“Vim comprar algo que estou precisando, é preciso ter mais paciência porque demora mais um pouquinho e é um cliente por vez, mas não acho dificultoso”, aponta.  

Ana Bortolozzo faz compras pela primeira vez em drive thru (Foto: Amanda Rocha)

Para a empresária Aline Lopes de Souza, 49 anos , a fase é complicada porque os comerciantes precisam vender e os clientes querem consumir.  Mas percebe que o drive thru ajudou muito neste período de vendas sem atendimento presencial. 

“O drive thru nos ajudou bastante, o cliente vir e retirar na frente da loja deixou ele mais seguro, do que somente a entrega. O fato de atender um cliente por vez na porta também ajudou bastante”, conta. 

Em sua loja houve negociação salarial com as 10 funcionárias para não ter demissão. Porém, ela lamenta que se continuar na atual situação, provavelmente terão cortes. 

“Infelizmente não estou conseguindo cobrir as minhas despesas. O que conseguimos resgatar de vendas não é o suficiente e isso, tira a gente do equilíbrio porque somos responsáveis por mais de 10 familias, é uma situação preocupante”, expõe.

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