A cervejaria espanhola Estrella Galicia protocolou projeto arquitetônico da planta da fábrica, em Araraquara. A empresa vai ocupar uma área de 250 mil m², nas proximidades da rodovia Antônio Machado SantAnna (SP-255).
As obras têm previsão de início para maio de 2022. A expectativa é de geração de 400 postos de trabalho diretos.
A CBN procurou pela empresa que informou que a produção inicial será de 150 milhões de litros de cerveja por ano, podendo alcançar os 300 milhões na capacidade máxima da operação.
No entanto, a cervejaria utiliza outra unidade de medida: o hectolitro. Desta forma, são 1,5 bilhão de litros de cerveja, podendo chegar a 3 bilhões.
A capacidade operacional da empresa levantou a discussão sobre o uso de água em todo processo. Já que a cidade tem outra cervejaria de grande porte e existe a possibilidade de novos investimentos neste setor.
Mas, o professor de política ambiental da USP de Ribeirão Preto, Marcelo Marini Pereira de Souza, descartou qualquer problema neste sentido, desde que acompanhado por órgãos de fiscalização.
“O Aquífero permite esse tipo de exploração. É perigoso, problemático caso não haja nenhum tipo de estudo de localização, pois aí um poço interfere no outro, existe um rebaixamento da água etc. Porém, se houver – e existe -, um estudo de localização é possível você dispor dessa água para essa atividade industrial. A tipologia da indústria é bastante conhecida, portanto, não é para ter surpresa”, defendeu.
O professor explica que existe uma legislação que rege a exploração de recursos naturais. A exploração é monitorada pelo Estado, a esfera competente, por meio da CETESB (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo) e do DAEE (Departamento de Águas e Energia Elétrica).
“Diria que precisa ser verificado como um todo é o ciclo dessa atividade, pois vai gerar resíduo também. Bem gerados, administrados, como estão? Tem um ciclo e a água é um detalhe dessa atividade. Não vejo nesse primeiro momento nenhum alarme se tudo estiver sendo feito conforme as técnicas necessárias”, pontou.
Segundo Marcelo Marini Pereira de Souza, a água é um bem finito, porém, renovável. Por isso que a extração de água não pode ser maior que a capacidade da natureza de se renovar.
“Imagine você um rio, córrego, ele tem um tanto de água. Aumenta na época de chuvas, diminui na seca e tenho que observar essa variação, essa disponibilidade que me dá. A partir dessa disponibilidade que faço as contas de uso, garantindo sempre que aquele corpo dágua precisa também ficar permanente para os seres vivos dali, as plantas e os bichos que vivem ali e com qualidade, não é para destruir a qualidade”, finalizou.
A empresa não comentou o assunto. Mas no anúncio feito em novembro a empresa anunciou que a planta teria responsabilidade ambiental.