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CotidianoAraraquara compra, mas não recebe medicamentos desde fevereiro

Araraquara compra, mas não recebe medicamentos desde fevereiro

Município enfrenta falta de dipirona gotas e amoxicilina; o Conselho Federal de Farmácia listou 40 medicamentos em falta no Brasil.

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Falta de medicamentos afeta todo o país, Araraquara está sem receber desde fevereiro dipirona e amoxicilina (Foto: Pixabay)

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O Conselho Federal de Farmácia listou 40 medicamentos em falta no Brasil. Entre eles estão dipironas, paracetamol bebê e amoxicilina. 

Na região de Araraquara, a situação é a mesma. A secretaria de saúde do município disse que existe escassez de princípio ativo para fabricação de medicamentos voltados ao público infantil.

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Araraquara enfrenta falta de dipirona gotas e amoxicilina. O município já comprou os medicamentos, mas a entrega está atrasada desde fevereiro deste ano.  

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Segundo a pasta da saúde, no caso do paracetamol gotas há estoque, mas só deve durar até mês que vem. A reposição do paracetamol está atrasada desde março.

A Saúde diz que já fez todo processo de compra dos remédios, mas eles não foram entregues por falta de insumos. 

A reportagem da CBN Araraquara procurou o sistema privado Unimed para saber a situação na rede privada em Araraquara. Porém em nota, a Unimed diz que não vai se posicionar neste momento sobre o assunto. 

Para a professora da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Unesp, Patricia Mastroianni, o Brasil conheceu essa dificuldade na pandemia quando faltou matéria-prima para produção de produtos simples, como o álcool gel. 

Ela acrescenta que a guerra no leste europeu também é um complicador, já que o Brasil é um país importador de matéria-prima.

“Nós estamos tendo um desabastecimento da matéria prima, o Brasil até produz uns medicamentos mas a maioria dos princípios ativos, dos recipientes, farmoquímicos são produtos importados então ficamos desabastecidos para a produção”, apontou.

EM GAVIÃO PEIXOTO
A saúde de Gavião Peixoto informa que falta amoxicilina na cidade, tanto na rede pública, quanto na privada.

O secretário geral do Conselho Federal de Farmácias, Gustavo Pires, explica que as fábricas responsáveis pela produção desses medicamentos mudaram o perfil de trabalho por causa da pandemia. 

“As fábricas de produção mundial não só dos insumos, mas de medicamentos voltaram a sua produção para medicamentos mais consumidos durante a pandemia, não só os hospitalares mas os medicamentos de maneira geral, as fabricas mudaram um pouco a forma de produção e não conseguimos voltar a normalidade dessa produção”, comentou. 

O secretário também diz que as medidas restritivas nos países exportadores impactam no abastecimento no país.
“Outro fator interessante é que a grande maioria dos insumos ativos para produção nacional de medicamentos no Brasil são importados da China que vem passando as últimas semanas e meses em lockdown frequente. E isso atrapalha não só a produção como também aquelas fábricas de insumo que teriam estoques estão com dificuldades com a exportação devido a aeroportos e portos estarem fechados”, avaliou.

Para reverter esse cenário existem estratégias a curto prazo e também a médio-longo prazo. 

A professora Patricia Mastroianni explica que a curto prazo é preciso que o Ministério da Saúde crie estratégias para facilitar a importação e o acesso aos medicamentos. 

“Primeiro é preciso estratégias do Ministério da Saúde para garantir a importação e o acesso a curto prazo pois dependemos desses medicamentos. São necessário políticas governamentais, da  Anvisa e o Ministério articularem com os países e facilitar todo o acesso”, opinou. 

O Ministério da Saúde publicou uma resolução que libera critérios de estabelecimentos ou de ajustes de preços em medicamentos com risco de desabastecimento no mercado brasileiro. 

O ministério também fez a inserção de medicamentos na lista de produtos com redução do imposto de importação sobre insumos.
A médio-longo prazo, a solução para os especialistas seria investir em tecnologia. 

“Tem que investir em ciência e tecnologia para a gente ficar cada vez mais independente da matéria prima, e ter a produção nacional dos insumos”, conclui Mastroianni. 

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