Araraquara contabilizou 11 casos de estupro em janeiro deste ano. O número é o maior dos últimos 20 anos e representa um aumento de 120% em relação ao mesmo período do ano passado, quando cinco ocorrências foram registradas.
Antes disso, o maior número tinha ocorrido em 2015 e 2019, com seis casos de estupro cada. Os dados são da secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo.
De acordo a responsável pela Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) de Araraquara, Meirelene de Castro Rodrigues, na maioria dos casos registrados na cidade, os autores são conhecidos pela vítima.
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São mulheres que foram forçadas a ter relação sexual com o próprio marido e crianças que foram abusadas por tios, padrastos ou algum amigo da família que frequenta a casa” explica.
Dos 11 casos de estupro registrados em Araraquara, seis foram praticados contra meninas e meninos com menos de 12 anos.
A delegada ressalta que a prioridade da DDM é sempre ouvir a vítima e dar início as investigações o quanto antes. Mas, segundo ela, antes mesmo de procurar pela polícia, a vítima de violência, seja mulher ou menor, deve sempre buscar por uma unidade de saúde.
“Ocorreu a prática do estupro, a mulher deve ser atendida imediatamente por um órgão de saúde, fazer exames e tomar os remédios profiláticos o quanto antes, pois, na maior parte dos casos, o abusador não usa camisinha. Então, a pessoa precisa tomar esses cuidados e só então procurar a delegacia. Todos os casos são investigados. É importante lembrar que casos de estupro não depende da denúncia da vítima, sempre irá se tornar um processo crime”, afirma.
Para a socióloga Mirlene Severo, os dados traduzem uma situação que vem se agravando, principalmente, por conta da pandemia e do pós-pandemia, com a ausência de políticas públicas específicas, que tratem da preservação da seguranç de mulheres e crianças e também da retirada de direitos e garantias das mulheres.
“As motivações para o estupro de mulheres e de vulneráveis vem de uma condição e de uma sustentação da impunidade e, mais do que isso, uma cultura que se prolifera diante dessa impunidade. É a cultura do ‘eu posso fazer, no momento eu quero e quando eu quiser’. Então, é preciso atacar em diferentes áreas e diferentes formas. Uma delas é o aspecto da segurança em todos os lares, em todos os espaços e territórios da cidade, por onde caminha e está presente essa mulher. Além de medidas mais rigorosas, com uma Justiça mais célere com relação a esses crimes”, afirma.
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