Cerca de 20 pessoas se reuniram na manhã deste sábado (28) em um ato púlbico em memória da jovem Karunã Manduca, de 30 anos. Ela foi morta pelo ex-namorado Victor Kauan Corodato.
O grupo saiu pelas Ruas São Bento até a Praça Santa Cruz e voltou pela Rua Nove de Julho ao Parque Infantil, região central de Araraquara. Viaturas do trânsito e da Polícia militar acompanharam.
O ato também serviu para protesto contra a violência doméstica e os casos de feminicídio. O grupo carregava cartazes com os dizeres “Por Karunã e em defesa das mulheres”, “Basta de feminicídio”, “Karunã não foi a primeira, mas queremos que seja a última” e “A culpa não é da vítima, basta de feminicídio.”
Uma das organizadoras do ato, a assistente social Elisangela Gudeliauskas, disse que mesmo com a legislação existente para punir agressores, as mulheres continuam morrendo.
“Estamos aqui não só pela última vítima que tivemos, a Karunã, mas sabemos que ela não foi a primeira, mas queremos que ela seja a última. Sabemos que temos legislação que pune o agressor, mas vemos que não funciona, tanto que há números crescentes e tantas mortes no nosso município. Queremos mudança”, afirmou.
A assistente social afirmou que a intenção também é cobrar do judiciário e do legislativo um aprimoramento das leis e celeridade nos julgamentos.
“É um dos motivos que faz a vítima deixar de buscar ajuda, pois fica com medo. Sabe que vai na delegacia e depois vai ter que voltar para o lar com o agressor, seguir a vida, então estamos reunidas pedindo justamente isso, uma mudança e lei mais severa”, completou.
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Representando o comitê de combate a violência a mulher, Marcia Ceschini, diz que o objetivo da passeata também é fazer com que as mulheres se conscientizem que estão em um relacionamento tóxico e abusivo.
“Uma dica que damos é usar esse X vermelho na mão para qualquer tipo de abuso, então as pessoas que veem, pode ser homem, mulher ou criança, o X vermelho na mão é sinal de que ela está passando por algum tipo de violência. Quem ver esse sinal, ajude essa pessoa, pergunte pelo que ela está passando e não podemos nos calar”, apontou.
Márcia orientou as mulheres de que os abusos não são caracterizados apenas como violência física, mas também pode ser materializado de diferentes formas.
“O abuso não é só violência física. É emocional, financeiro, é uma série de coisas. Então procure os órgãos da cidade que fazem esse tipo de apoio”, orientou.
Karunã Coimbra foi encontrada morta após a casa dela pegar fogo, no Jardim Brasil, no domingo dia 22 de maio. O casal teve um relacionamento de cerca de cinco meses e estava separado há uma semana quando o crime aconteceu.
O corpo dela foi encontrado por um familiar e estava na cama. O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foi até o local e constatou a morte.
O ex-namorado da vítima, Victor Corodato, de 27 anos foi preso confessou a autoria do crime ao delegado Fernando Bravo. Ele foi encontrado morto na última sexta-feira (27) cela onde estava preso em uma penitenciária de Guarulhos.