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CotidianoAraraquara vai ter aplicativo para denúncia de LGBTfobia

Araraquara vai ter aplicativo para denúncia de LGBTfobia

No Dia do Orgulho LGBT é marcado por lançamento de aplicativo e luta contra intolerância na cidade

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Ato simbólico teve hasteamento da bandeira LGBT em frente a Câmara Municipal de Araraquara (Foto: Divulgação)

O dia 28 de junho é comemorado o Dia Internacional do Orgulho LGBT, data que celebra décadas de luta de uma população que reivindica direitos na sociedade, entre eles o direito básico a vida. 

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Embora seja crime praticar LGBTfobia, a violência e intolerância ainda são muito frequentes, sendo o Brasil um dos países que mais mata essa comunidade no mundo. 

Em Araraquara, uma ação inédita lança nesta segunda-feira, o aplicativo de denúncia “Chama a Mama”.  

A iniciativa é da vereadora Filipa Brunelli (PT), primeira mulher transexual eleita na Câmara Municipal de Araraquara.  

Para ela, o crescente aumento de transfobia e conservadorismo da sociedade brasileira pede outras formas e ferramentas de denúncia. 

“Vimos o crescente número LGBTfobia na sociedade brasileira, diante desse cenário é mais do que necessário criarmos ferramentas de denúncia que possam reparar alguns danos da sociedade, é óbvio que um aplicativo como esse não vai resolver o problema da LGBTfobia, que é um problema estrutural e cultural da sociedade mas vem como mais uma ferramenta para auxiliar essas pessoas para fazerem suas denuncias e tirar esclarecimentos”, explica. 

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Bruneli explica que além de ser uma plataforma para denúncia, o aplicativo contém informações de todas as legislações que protegem a pessoa LGBT. 

“É importante sabermos quais os nossos direitos na sociedade, fora isso tem os fones de plantão da policia delegacia, da assessoria de políticas LGBT”, conta. 

O aplicativo vai atender inicialmente a cidade de Araraquara, mas segundo Bruneli, no futuro pode abranger a região e até o estado. 

Nesta manhã (28), pessoas da comunidade hastearam a bandeira do movimento LGBT na Câmara Municipal em ato simbólico pelo dia de luta. 

DENÚNCIAS EM ARARAQUARA
Segundo Erika Matheus Silva dos Santos, assessora especial de políticas LGBTQIA+ de Araraquara, nos últimos dois anos, de 100% de denúncias na cidade, 70% são por transfobia, 25% por homofobia e 5% por lesbofobia. Na maioria das vezes envolve violência física. 

De janeiro até agora, foram realizados mais de 30 atendimentos pela Assessoria Especial de políticas LGBT do município. 

Mais de 20 pessoas foram encaminhadas para a rede de serviços e retificação de nome, e 693 pessoas tiveram atendimento psicológico. 

O artista transgênero não binário Ahigor, já viveu diversos episódios de LGBTfobia na cidade. Ele conta que se sente desolado e que uma plataforma com aplicativo pode colaborar com a segurança de pessoas da comunidade LGBTQIA. 

“Infelizmente já vivi episódios de LGBTFOBIA dentro da cidade de Araraquara, e posso afirmar que a sensação é desoladora. Piadas maldosas em ambiente de trabalho, falas perversas e criminosas em rodinhas ditas religiosas e até mesmo agressão física dentro e fora do ambiente caseiro, são situações que eu e a maioria de nós LGBT’S já passamos na vida, por conta da brutalidade de uma sociedade estruturalmente ignorante e pouquíssimo empática para com as vidas que são distintas da heterocisnormatividade”, desabafa. 

Para o artista, o aplicativo poderá salvar vidas e é um passo muito importante para a comunidade LGBT.
“Sem proteção e legitimação de vidas LGBT’S não haverá revolução social e tão pouco melhorias no desenvolvimento político e econômico de nossa cidade e nem em país nenhum do mundo. Cansamos de pedir para pararem de nos matar, estamos nós mesmas construindo um caminho mais seguro para nossas vidas. Estamos em busca de dias mais justos e repletos de amor”, aponta.  

PRINCIPAIS VÍTIMAS

Segundo o dossiê da Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra), assassinatos de mulheres transexuais cresceram 41% em 2020 comparado com o ano anterior. Em 2019, foram 124 mortes, e 175 vítimas em 2020. Mulheres negras transexuais são as maiores vítimas no país.  

No último dia 24 de junho, uma mulher transexual negra foi queimada viva no centro de Recife (PE). A vítima teve 40% do corpo queimado e teve que amputar um braço, seu estado é grave. 

Dois dias antes, um jovem gay de 22 anos foi morto a tiros em uma barbearia por um homem encapuzado, em Embu da Artes (SP).

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