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CotidianoAraraquarense relata desespero após tragédia no litoral de SP

Araraquarense relata desespero após tragédia no litoral de SP

Morador de Matão fala sobre o receio de descer para algumas praias de Ubatuba 

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 São Sebastião registrou pontos de alagamento e deslizamentos (Foto: Renato Spoto)
 São Sebastião registrou pontos de alagamento e deslizamentos (Foto: Renato Spoto)

“A gente só chora tentando entender tudo que aconteceu. Nunca tinha passado por isso antes. É uma dor muito grande”. É com voz embargada que o araraquarense Renato Spoto, de 37 anos, gerente de um hotel de Camburí/São Sebastião há três meses, conta o desespero vivido pelos moradores da cidade, durante a forte chuva que atingiu e destruiu diversas cidades do litoral norte paulista, na madrugada de domingo (19).  

“Eram 2h quando começou uma gritaria aqui próxima ao hotel que moro e trabalho. Como o hotel fica numa encosta, não tivemos problemas, mas nas ruas próximas daqui a água chegava até o meu pescoço, aproximadamente 1,60 m. Começamos a ajudar as pessoas, a tirar as crianças das casas e abrimos o saguão do hotel para elas. Aquelas que estavam sujas de lama,  puderam tomar banho no vestiário”, explica.  
 

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Ainda de acordo com Renato, o domingo chegou ao fim, mas não os problemas, já que a cena continua sendo de uma verdadeira guerra. 

 

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 Sem internet na cidade, hotéis abrem rede wi-fi para turistas e moradores (Foto: Renato Spoto)
 Sem internet na cidade, hotéis abrem rede wi-fi para turistas e moradores (Foto: Renato Spoto) 

 
“Agora, sitiados, começam a faltar água potável e comida. Os mercados começaram a fechar e como está sem sinal de internet na cidade, nós abrimos o wi-fi do hotel para que as pessoas possam se conectar e avisar a família que estão bem. Entretanto, só é possível comprar coisas aqueles que têm dinheiro em espécie, já que as maquininhas de cartão e pix não estão funcionando. Hoje acordamos com muitos helicópteros sobrevoando a cidade, com o objetivo de resgatar as pessoas”, ressalta.

O matonense Lucas Henrique da Silva Marcelino, 27 anos, foi para Ubatuba junto a outros nove amigos para passar o carnaval. Ele explica que de sábado para domingo a chuva foi muito forte e intensa, afetando diversos pontos da cidade. “Quando acordamos e começamos olhar as redes sociais, os sites de notícias e ficamos preocupados. Teve um deslizamento na pista próximo ao local onde estamos hospedados, mas graças a Deus estamos bem”.

Ainda de acordo com Lucas, o grupo ficou com receio de visitar algumas praias e vem tomando diversos cuidados. “Algumas praias desistiram de entrar no mar, pois ele está revoltado. Além disso, o tempo fecha a gente já volta embora, pois onde estamos hospedados é bem seguro”, explica.

 

TRAGÉDIA NO LITORAL

As chuvas intensas e persistentes que atingem o litoral norte do estado de São Paulo desde a noite de sábado (18), causaram mortes, além do bloqueio de estradas, queda de barreiras, inundações, deslizamentos e desabamentos.

Até o momento, foram confirmados 36 óbitos, sendo 35 em São Sebastião e um em Ubatuba, além de 970 desalojados e 747 desabrigados.

Em São Sebastião, a prefeitura cancelou toda a programação de carnaval e decretou estado de calamidade pública. De acordo com a administração municipal, a cidade registrou 600 milímetros de chuva nas últimas 24 horas – a média histórica para todo o mês de fevereiro é de 229mm – e enfrenta ocorrências de desabamentos, deslizamentos e alagamentos. 

As chuvas deixaram 15 ruas de Ubatuba alagadas e trechos da rodovia Rio-Santos interditados, devido a queda de barreiras. A cidade enfrenta ainda problemas no abastecimento de água. De acordo com a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp), responsável pelo abastecimento do município, as fortes chuvas comprometeram a qualidade de água do manancial onde é feita a captação que abastece a região. Quarenta bairros de Ubatuba foram afetados.

Em Caraguatatuba, segundo a Defesa Civil, nas últimas 12 horas, o acumulado de chuva registrado foi de 232 milímetros – a média histórica para todo o mês de fevereiro é de 287,4 mm na cidade.  
 

Moradores de São Sebastião são resgatados (Foto: Prefeitura de São Sebastião) 
Moradores de São Sebastião são resgatados (Foto: Prefeitura de São Sebastião) 

AJUDA 
Mais de 500 pessoas, entre servidores das forças de segurança e resgate do governo estadual, das Forças Armadas, da Polícia Federal, da Prefeitura Municipal de São Sebastião e voluntários, seguem empenhadas nas ações de resgate, salvamento e identificação das vítimas.

As atividades começaram no domingo (19) e seguem de forma ininterrupta, com o apoio de 53 viaturas do Corpo de Bombeiros, dois cães especializados na busca de pessoas, 31 maquinários, sete helicópteros Águia, do Comando de Aviação da Polícia Militar e dois aviões do Exército Brasileiro. 

Mais três helicópteros Águia deverão chegar para auxiliar nos trabalhos.

ATENDIMENTO 
A Secretaria de Estado da Saúde informa que 11 pacientes vítimas das chuvas são atendidos nos hospitais da região, em especial nos do litoral norte. Mais quatro estão sendo transferidos para a unidade por meio de helicópteros Águia, da Polícia Militar. Desde ontem, as unidades estão em alerta para receber os possíveis feridos do desastre. Caso necessário, elas poderão abrir leitos extras. 

Outras unidades de saúde da Baixada Santista, do Alto Tietê e da capital também estão aptas a receber os feridos.

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