Pouco mais de R$ 450 foram transferidos indevidamente da conta bancária da balconista Jane Cleide Maciel de França, de 40 anos. Ela é uma das vítimas que procuraram a Polícia Civil para denunciar este tipo de crime nos últimos dias, em Araraquara.
O valor transferido é referente ao pagamento do mês de abril do Bolsa Família e auxílio gás e foram retirados de sua conta após cinco transferências bancárias, por PIX, que ela desconhece a origem.
Jane contou que o benefício estava agendado para o dia 19, mas logo pela manhã percebeu as transferências pelo aplicativo do banco. “Não é uma coisa que o governo cortou, alguém entrou e pegou, e a Caixa não pode fazer nada. É constrangedor ir atrás, é como se estivesse pedindo um favor”, disse ela.
A balconista é moradora do Parque São Paulo e recebe o benefício há quase dois anos. “Ajuda bastante com alimentação, conta de água, de luz, gás. Tudo isso é bem-vindo. Ajuda a comprar remédio quando eu necessito”, resumiu.
No mesmo dia, outras duas pessoas procuraram a Polícia Civil para denunciar o mesmo crime, incluindo outra mulher, 39, moradora do Centro, que perdeu R$ 600 também referentes ao benefício do Bolsa Família.
Dentre as vítimas também está um representante comercial, 63, morador do bairro Águas do Paiol. Segundo ele, mais de R$ 1,4 mil, referentes ao seu PIS, foram transferidos para outra conta bancária sem o seu consentimento.
A balconista procurou pela agência bancária na segunda-feira (22), mas não teve o valor devolvido. Ela disse que se sente desprotegida e que o dinheiro levado vai fazer falta para as despesas do dia a dia. “A gente se sente desprotegida. O cidadão brasileiro, que levanta cedo, trabalha para ganhar o pão, não tem mais segurança nenhuma”, disse.
Procurada, a Caixa Econômica Federal informou que as agências realizaram atendimento aos clientes e prestaram os esclarecimentos necessários. “Em respeito ao sigilo bancário, as informações são passadas somente aos responsáveis pelos benefícios”, respondeu o banco por meio de nota.
A Caixa disse ainda que aperfeiçoa continuamente os critérios de segurança, acompanhando as melhores práticas de mercado e as evoluções necessárias ao “observar a maneira de operar de fraudadores e golpistas” e, quando identificados suspeitos, “atua conjuntamente com os órgãos de segurança nas investigações e operações que combatem às ocorrências.”
Segundo a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo, todos os casos citados são investigados pela DIG (Delegacia de Investigações Gerais) de Araraquara como estelionato. “As vítimas estão sendo ouvidas e a autoridade policial trabalha para identificar os autores. Mais detalhes serão preservados para garantir autonomia ao trabalho policial”, disse o órgão por meio de nota.