O malabarista e artista de rua Gabriel Lagrotta está quase diariamente nos faróis de Araraquara mostrando sua arte com facões, e tem observado uma realidade: moradores em situação de rua estão passando frio.
No último final de semana, enquanto trabalhava nos semáforos da Avenida Padre Franciso Sales Couturato (36), ele notou que vários moradores vinham reclamar do frio. A temperatura caiu bastante em Araraquara nos últimos dias.
Então ele teve uma ideia e publicou nas redes sociais que estava arrecadando roupas de frio ou doações em dinheiro para comprar agasalhos semi novos para os moradores. A campanha foi relâmpago e em um dia ele conseguiu bastante doação.
“Eu percebi que eles estavam passando frio, e pensei em arrumar umas roupas, assim eu pedi ajuda na internet, algumas pessoas doaram roupas, outras grana. Fui num brechó e escolhi várias roupas de frio e calça, consegui um desconto também porque expliquei a situação e peguei várias roupas”, conta.
VARAL COMUNITÁRIO
Enquanto arrecadava as roupas, Lagrotta visualizou um varal solidário e comunitário com os agasalhos, na praça Giuseppe Ópice, na Avenida 36 com a rua Nove de Julho (rua 2).
Cartazes compõem o varal e em um deles se lê: “Frio é o coração que normalizou o sofrimento do próximo”.
“A minha ideia foi colocar um varal na avenidas 36 com as roupas e fazer alguma sinalização e que vire um ponto assim como a Geladeira Comunitária, ali virar um varal comunitário. Aí as pessoas que curtirem a iniciativa , comecem a levar até lá também”, comenta.
O artista de rua enfatiza que a iniciativa é para aquecer a consciência e as atitudes de cada um. “Não quero ser o “cara das roupas”, só estou colocando um varal e se todo mundo tiver essa consciência que tem gente passando frio e tem como doar roupa, é só levar lá e fortalecer”, aponta.
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A cuidadora de idosos, Cidinha Guerra, 60 anos passava pelo local e ficou encantada com a atitude. Agora ela vai trazer roupas de sua casa para colaborar com a ação.
“Achei muito bom, muito humano o varal, estamos precisando de mais empatia no mundo. É uma atitude muito bonita. Vou trazer de também o que tenho em casa e não uso para as pessoas que estão precisando. No meio de tanta coisa ruim, precisamos de mais empatia”, reflete.
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