No próximo sábado (05), o Coletivo Livre Antirracista de Araraquara realizará um ato por justiça a Moïses Mugeny Kabagambe, jovem congolês espancado até a morte no Rio de Janeiro na última semana.
O ato será em frente a Prefeitura Municipal às 10h e terá produção de cartazes e espaço aberto a fala dos participantes.
“A ideia central do ato é mostrar nossa inquietação com a barbárie cometidas todos os dias com homens e mulheres negras”, comentou um dos organizadores, José Lopes Nei, 39 anos.
REVOLTANTE
No dia 24 de janeiro, o congolês de 24 anos foi brutalmente espancado por pelo menostrês homens no quiosque Tropicália, na Barra da Tijuca, após ter cobrado R$200 referentes a duas diárias não pagas por seu trabalho realizado no local.
Sem chance de se defender, ele levou pelo menos 30 pauladas já imobilizado e inconsciente no chão. Ele ainda foi amarrado pelos pés e deixado morto na orla da praia.
Nesta terça-feira (02) foi decretada a prisão de três homens envolvidos na agressão e na morte do jovem.
Moïse veio para o Brasil com a família aos 14 anos para tentar uma vida melhor e fugir da guerra e violência de seu país, a República Democrática do Congo.
No próximo sábado (05), atos pedindo por justiça a Moïse serão realizados em São Paulo e no quiosque onde o jovem foi espancado e morto no Rio de Janeiro. A manifestação é organizada pela Comunidade congolesa, comunidade imigrante e movimentos negros de SP.
ATO POR JUSTIÇA
Em Araraquara, o Coletivo Livre Antirracista realizará a concentração do ato a partir das 10h em frente a Prefeitura Municipal, cartazes e rodas de conversa serão realizados no local.
Um dos realizadores do evento, o designer gráfico José Lopes Nei, enfatizou que é preciso novas estratégias dentro da comunidade negra para combater o racismo estrutural do país.
“Só iremos combater o racismo, quando nosso povo estiver presente na luta, povo esse excluído, criminalizado e morto pela truculência do estado e pelo ódio e pela normatização da violência e racismo instaurado nos pais nos últimos anos. Por fim, precisamos pedir justiça para Moïse Mugenyi e todos os jovens negros e pobres assassinados covardemente em nosso país”, frisou.