Na última terça-feira (25), a Câmara Municipal de Araraquara aprovou o nome do araraquarense Ricardo Corrêa da Silva para a Casa Abrigo LGBTQIA+ da cidade.
A casa acolherá pessoas LGBTs em situação de rua ou que foram expulsos de seus núcleos familiares. A inauguração deve ocorrer no próximo mês de junho.
Segundo a vereadora Filipa Brunelli, autora do Projeto de Lei 107/2002 da Casa de Abrigo e Acolhimento, o nome de Ricardo Corrêa da Silva , chamado pejorativamente como “Fofão da rua Augusta”, foi escolhido para resgatar a sua história e homenagear a sua trajetória, que foi trágica.
Gay e drag queen, Ricardo foi um dos primeiros ativistas LGBT de Araraquara, na década de 70. Cabeleireiro e maquiador reconhecido, foi para São Paulo, sofreu muito preconceito e foi marginalizado, vindo a parar nas ruas no final de sua vida.
“Aquele que falava vários idiomas, que era cabeleireiro das estrelas araraquarenses, e tinha uma das melhores escovas da avenida paulista na década de 80/90, acabou seus dias morando nas ruas, se alimentando dia sim, dia não, violentado, desrespeitado, tendo sua humanidade negada. O que fazemos hoje é resgatar seu nome, acolher sua figura e eternizar sua importância para nossa comunidade e nossa cidade”, apontou Filipa Brunelli, primeira vereadora trans de Araraquara.
Um livro sobre a sua vida “Ricardo e Vânia” foi lançado pelo escritor Chico Felitti . O ator Paulo Gustavo, morto por covid-19 em 2021, interpretaria a vida de Ricardo nas telonas.