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CotidianoColunistasMinistro do TCU demonstra que usar cloroquina não é legal

Ministro do TCU demonstra que usar cloroquina não é legal

Fala do ministro Benjamin Zymler durante plenária do TCU expôs com boa base que o ministério da saúde não observa determinações da Anvisa

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Ao início da sessão plenária do Tribunal de Contas da União (TCU) do dia 27 de Janeiro deste ano, o ministro Benjamin Zymler leu resumo de seu despacho relativo à recomendação, pelo ministério da Saúde, de uso de cloroquina para tratamento no combate a covid-19. Em sua exposição indicou(1), com abundante referência, o inapropriado dessa sugestão. O ministro bem demonstrou não haver suporte legal para indicar o uso. 

Acrescentou o ministro, no debate relativo a eficácia do tratamento, que também não há indicação sanitária associada ao uso que se pretende dar para a cloroquina. Mesmo assim, ao arrepio da autoridade da Anvisa, o ministério da saúde já executou despesas de aproximadamente R$350 milhões na compra e distribuição desse medicamento e de kit a ele associado. Essa informação foi dada pelo ministro Bruno Dantas ao comentar o despacho do ministro Benjamin Zymler. 

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A frase proferida pelo ministro da Saúde, três meses atrás, “de que um manda e o outro obedece“, indica que a subserviência incondicional ao detentor de mandato eletivo pode acarretar em sérios problemas. A obsessão burlesca em indicar remédio ineficaz, desinformar a sociedade mesmo diante de fatos e evidências, proferir palavrões a esmo e demonstrar distanciamento da realidade poderia ser em parte mitigada caso a lucidez em torno e proximidade do protagonista existisse. Ao que parece não há. Os desmandos e ofensas à inteligência ocorrem diariamente e em crescendo. 

Alguns palacianos ainda não perceberam que o personagem não tem nada a perder. Ele é o que é e seu espaço político decorre disso. Faz de suas constantes afirmações e pronunciamentos referendo entre os seus das mútuas convicções. O que estão próximos do presidente, até por dever de ofício, porém, perdem credibilidade, se desgastam, nada ganharão em seu papel histórico a não ser a culpa de terem viabilizado por omissão, conluio, insensatez ou até covardia a morte de milhares de brasileiros. 

Os crimes contra a humanidade são os que resultam na morte em número expressivo de seres humanos. O de grande impacto ocorreu no nazismo. A crueldade que exterminou crianças, jovens, adultos e idosos entrou na nossa memória na forma de corpos cadavéricos dos campos de concentração. Há também guerras em profusão nos dois últimos séculos cujas imagens assombram nossas mentes. Aqui no Brasil não há guerras nem nefastos campos de concentração nazistas. Restou esse papel às covas abertas nos cemitérios de Manaus. 

Apesar disso tudo e do sinais de que a possibilidade de sairmos dessa enrascada maléfica ainda é difícil, a convicção de que nada é para sempre nos alenta. No entanto, sem um sentido de urgência, poderá haver um nada para sempre. Pior do que o insólito tresloucado, o grande vazio que vier a nos ocupar será lugar em que nada irá florescer. Nesse todos perdemos. O recomendável é extirpar o mal o mais breve possível.
 

(1) Para conferir a íntegra da fala do ministro do TCU Bernardo Zymler, basta acessar ao link: https://portal.tcu.gov.br/sessoes/20210127-plenario-telepresencial-publica/autoplay/1.htm 

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