Com a alta no preço da carne bovina, muitos consumidores diminuíram muito o consumo de carne e migraram para carnes mais baratas, como as de frango e de porco.
A reportagem do ACidadeON e CBN Araraquara entrevistou proprietários de açougues da cidade para entender o perfil do consumidor araraquarense em épocas de “vacas magras”.
Os açougues aos poucos voltaram a ficar mais movimentados e os clientes procuram cortes bovinos com preços bons.
“Melhorou o preço um pouquinho mas ainda está caro”, falou a aposentada Vilma Teresa Couto.
O que era luxo pelo alto preço nos últimos tempos está perdendo o status. O preço de algumas carnes de segunda estão em queda. O acem caiu em média R$ 5 o quilo em comparação com os últimos dois meses, e entraram na lista a paleta e costela.
O gerente de supermercado Antonio Noventa explicou que o valor não é o mesmo do ano passado.
“Não chega a ser mais barato do que um ano atrás, mas fica próximo , agora é importante ressaltar que esse diferencial é relacionado a dois, três meses atrás, deve continuar assim nos próximos dias, a gente acredita que esse preço dá um refresco no bolso”, apontou.
Essa redução é devido a situação econômica do Brasil, com a queda da exportação aumenta a quantidade de carne no mercado nacional e por isso o preço é atrativo.
“O preço deu uma recuada porque o mercado interno não consegue absorver todos esses volumes, ele parece pequeno quando a gente fala mas representa quase 20%, quando falamos em carne de primeira representa 10%”, comentou Antônio.
As carnes de segunda são alternativas que fazem o consumidor escapar das altas na alimentação, já o que o valor da carne de primeira também disparou no último ano.
PERFIL DO CONSUMIDOR
Raquel Brizolari é proprietária de um açougue e mercado da Zona Norte de Araraquara e comentou que acém, paleta e frango são as mais procuradas.
“No açougue tem saído mais carne de segunda, acém, paleta, e bastante frango, porque as carnes de primeira ainda não tiveram uma baixa, embora a algum tempo atrás tivesse disparado o preço, agora estabilizou. As pessoas que consumiam um X , hoje consomem 2/3 do que gastavam antes, não chegou a reduzir pela metade, mas reduziu bastante o consumo”, apontou.
Letícia Mira, proprietária de açougue em Araraquara, notou queda de até 50% no consumo de carne em relação ao ano passado.
“Tivemos uma queda de 50% no consumo em relação ao ano passado para cá, estamos fazendo promoções para chamar os clientes, e eles compram das promoções e outras coisas também e vamos levando assim”, disse.
A comerciante comentou que antes o perfil de consumo mudou drasticamente.
“As pessoas antes faziam compras do mês entre R$300 a 500 reais, hoje caiu para R$150 a 200 no máximo”, apontou.
A comerciante comentou que antes o forte eram as vendas de revenda de espetinho mas a pandemia agravou ainda mais esse setor, que aos poucos se recupera.
RETALHOS
Letícia comentou que aumentou a procura por retalhos no açougue. Eles costumam doar gordura e retalhos que iriam para o descarte.
“Tem vindo muita gente pegar retalhos, porque é um descarte para a gente de qualquer forma e essas pessoas pegam aqui, meu pai sempre separa. O pessoal geralmente faz sopa com retalhos de carne. Isso sempre existiu mas com a pandemia aumentou”, enfatizou.