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CotidianoDengue: casos, transmissão e vacina; o que você precisa saber

Dengue: casos, transmissão e vacina; o que você precisa saber

Em Araraquara, circula um vírus que a população ainda não está imune; seis pessoas já perderam a vida para a doença

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A dengue é transmitida pelo mosquito Aedes aegypti (Foto: Divulgação)

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Em Araraquara, o alto número de casos e mortes em decorrência da dengue está associado à circulação de um vírus diferente transmitido pelo mosquito aedes aegypti e que população ainda não está imune. Atualmente, a transmissão é do tipo 1. 

Desde o começo deste ano, a cidade soma 1.721 confirmações, com seis mortes. Em 2019, na última epidemia, o vírus tipo 2 infectou 23.134 pessoas, e cinco delas morreram. 

O médico epidemiologista, Bernardino Alves Souto, explica que a pessoa fica imune quando contrai um dos quatro tipos de vírus existentes, mas que continua vulnerável aos demais. 

No entanto, o especialista destaca ainda que após uma infecção o paciente “ganha” uma imunidade temporária de 90 dias para as demais três variações do vírus. “Caso o paciente sobreviva após contrair os quatro tipos de dengue, ele fica imune a todos”, explica. 

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Mas este fenômeno é raro de acontecer. O sanitarista Rodolpho Telarolli diz que nunca viu algo neste sentido. “Em tese, uma mesma pessoa poderia ter até quatro dengues distintas. Mas é raríssimo. O mais comum é ser infectado duas vezes”, avalia. 

VACINAS 

É justamente por isso que ainda não existe uma vacina eficaz que proteja contra a dengue. “Seria preciso quatro vacinas dentro de uma só”, explica Telarolli. “É o que se espera que aconteça em breve com a vacina que o Instituto Butantan está desenvolvendo com iniciativa privada, com vírus vivo inativado”, completa. 

Bernardino Souto vai além. Ele supõe que não existe interesse de países ricos em desenvolver uma vacina que seja eficaz por se tratar de uma doença tropical e que não afeta a Europa e os Estados Unidos, por exemplo. 

“Existe uma vacina que tem eficácia reduzida nas pessoas e efetividade inviável na população. Mas se aplicada em quem nunca teve dengue, a vacina pode fazer com que a doença seja mais grave quando a pessoa for infectada pela primeira vez”, afirma. 

Segundo ele, outro complicador são as dificuldades que envolvem características próprias do vírus e sua interação com o corpo humano. 

TRANSMISSÃO 

Diferente do coronavírus que é transmitido pelo ar pelo paciente infectado, a dengue precisa de um vetor, no caso o mosquito aedes aegypti. 

A secretária municipal de Saúde, Eliana Honain, afirma que 80% dos focos das larvas estão dentro das residências. Segundo ela, o poder público tem agido antecipadamente para reduzir os casos da doença. 

“Por que não tivemos muitos casos em 2020 e 2021? Porque as pessoas estavam em casa e cuidavam dos seus quintais. Agora é um momento de retorno das atividades”, diz. 

“Nós temos acionados nossas ações e estamos fazendo a parte do poder público, com limpeza, tapa buraco, podas e capinagem. Mas nada adianta se a população não fizer a sua parte, que é fundamental”, completa. 

Segundo a secretária, as armadilhas montadas após a epidemia de 2019 ajudaram o município a agir rapidamente. “Estamos trabalhando sabendo onde tem o mosquito infectado pelo vírus. Temos uma estrutura com muito mais agilidade e habilidade para enfrentar”, justifica. 

O médico epidemiologista é crítico aos fatores sociais e ambientais que contribuíram para que a dengue se tornasse uma doença endêmica. “A coleta e destinação de lixo são ruins e o sistema de drenagem da chuva é precário. Existe a cultura de descarte irregular de lixo e entulho, e a política sanitária e social é negligente”, avalia. 

Ele diz que, embora o calor e a umidade favoreçam a proliferação do mosquito, é preciso “gestão ambiental”.

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Milton Filho
Milton Filho
Milton Filho é repórter da editoria de cidades do portal acidade on. Formado pela Universidade de Araraquara tem passagens pela CBN Araraquara, TV Clube Band e Tribuna Impressa. Acumula há quase 10 anos experiência com internet, rádio e TV.
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