O número de pessoas atendidas com suspeita ou diagnóstico de dengue no Hospital de Campanha, em Araraquara, cresceu 15% na média diária, entre março e abril.
De acordo com dados obtidos pelo portal acidade on Araraquara, no último mês, foram realizados 12.695 atendimentos na unidade, ou seja, uma média de 423 por dia.
No mês anterior, foram 4.749 pessoas atendidas. Considerando que o hospital começou a funcionar no dia 15 e que os atendimentos aconteciam de segunda a sexta-feira, a média foi de 365 consultas no período.
A dona de casa, Sônia Aparecida de Jesus, contraiu a doença. Ela conta que a sua disposição já não é mais a mesma. “Dor de cabeça, no pescoço, no corpo inteiro, febre. Tem que tratar, se não a gente não consegue nem andar de tão ruim que fica”, [sic] conta.
No mesmo intervalo, o número de atendimentos também cresceu no Pronto Atendimento do São Francisco. Entre março e abril, o aumento foi de 33%.
A médica Sílvia Fonseca, infectologista do Sistema Hapvida, destaca que as notificações são importantes para que a Vigilância Epidemiológica trace um perfil dos pacientes mais acometidos pela doença.
“A gente está vendo de novo aquela doença febril, muito mal estar, dor no corpo. Além de dor na barriga, diarreia, vômito. Mas, o que deixa a gente mais preocupada é a forte dor na barriga ou, então, tontura e sangramentos”, explica.
“Estes são sinais de alerta para logo procurar ajuda médica e, independente do diagnóstico, começar a se hidratar”, completa.
Em 2022, Araraquara já confirmou 5.423 casos de dengue, incluindo dez mortes. Até o momento, março foi o mês com mais notificações: 3.063.
A infectologista lembra que as mortes não acontecem de repente e que a piora costuma acontecer entre o 3º e 5º do aparecimento da febre.
Ela destaca que alguns sintomas precedem os agravamentos, como dor muito forte na barriga, sinais de pressão baixa com tontura, diminuição ou sangue na urina, sangramento espontâneo, manchas pelo corpo, aumento do fluxo menstrual e vômitos constantes.
Nestes casos, é imprescindível procurar novamente atendimento médico. Manter a hidratação também é fundamental.
A confeiteira Telma Bononi Malandrino ficou doente no mês passado. Ela conta que alguns sintomas ainda persistem. “Cansaço, dor no corpo, desânimo. [Sobre o trabalho] preciso fazer, tenho que fazer, me movimentar, trabalhar, mas ainda não to bem”, lembra.
A infectologista lembra que não existe um medicamento que combate a dengue, mas, que aliviam os sintomas, como dor no corpo e a febre. Ela alerta para a automedicação, principalmente, para pacientes com comorbidades e que fazem acompanhamento médico.
“Dependendo do resultado dos exames de sangue, a gente para ou continua [com a medicação]. É uma decisão médica. Se a pessoa está com suspeita de dengue, ela deve procurar o médico”, afirma.
Procurado pela reportagem, a Unimed não informou o número de atendimentos e justificou que os casos são notificados a secretaria municipal de Saúde.