No dia 10 de maio é comemorado o Dia da Cozinheira, e Araraquara tem várias profissionais de mão cheia.
Uma delas é a Jaciana Batista Lima, de 46 anos, responsável pelo café da manhã, almoço e café da tarde de 120 crianças do Instituto Eurípedes, no Jardim Águas do Paiol.
Filha de baiana, ela aprendeu o ofício vendo a mãe cozinhar durante a infância. “A minha mãe sempre cozinhou bem e eu sempre estava por perto olhando. Ela me ensinava a lavar, picar, temperar, eu já tinha conhecimento então só precisava por em prática. E quando fui convidada para assumir a cozinha aqui pensei que não fosse dar conta, mas é algo que já estava em mim”, contou.
Jaciana começou como voluntária há 20 anos e hoje é a cozinheira responsável da instituição que atende crianças no contra turno escolar, fornecendo além da alimentação, oficinas educativas, culturais e esportivas.
COMIDA PARA UM PEQUENO BATALHÃO
A rotina da cozinheira começa cedinho. As 6h30 ela prepara o café da manhã para a turma, geralmente bolos caseiros e bolachas acompanhado de suco ou leite.
Depois começa o preparo do almoço, servido das 11h às 13h para as crianças que frequentam as oficinas do Instituto. E por último o café da tarde que é parecido com o café da manhã.
São cinco quilos de arroz, dois quilos de feijão, 10 quilos de mistura (frango ou carne) e verduras preparados diariamente. Uma auxiliar de cozinha a ajuda na função diária de alimentar o pequeno batalhão.
Ela contou que o prato preferido da galerinha é o básico: arroz, feijão e ovo frito. A cozinheira tem um cardápio variado para os seis dias da semana, mas também depende das doações que chegam para o Instituto.
“Sempre pergunto o que eles querem comer, para não colocar no prato algo que não gostam. Eu também insisto para provarem comidas novas que nunca experimentaram. O cardápio muda todo dia”, lembrou.
Atenta a cursos de culinária, ela sempre está se atualizando na cozinha.
“É muito prazeroso escutar eles falando que amam muito a minha comida, eu amo cozinhar e amo a alegria deles. Eu venho e cozinho com muito amor, faço como se estivesse fazendo para a minha família”, contou.
TEMPERO BAIANO
Nascida na Bahia e criada em Araraquara, o tempero está no sangue de Jaciana. Acarajé, caruru, peixe no óleo de dendê são seus pratos preferidos. A comida típica baiana é feita muitas vezes em casa para a família.
“Cozinho todos os dias em casa, almoço aqui e quando chego em casa faço a janta. Eu gosto muito da comida baiana, nordestina. Gosto muito de fazer em casa e eles adoram”, apontou.
COMIDA É REMÉDIO
Para a cozinheira, a comida é como um medicamento e é preciso ter muito amor e dedicação no preparo dos alimentos. Saber dosar o sal e o óleo é fundamental para uma alimentação saudável.
“Tem que gostar daquilo que faz. Para mim a comida é como se fosse um medicamento, porque além de alimentar nutre o que a pessoa mais precisa. A gente tem que depositar amor, dedicação, saber dosar o tempero, o óleo, o sal, porque da mesma forma que pode fazer bem, pode fazer mal”, refletiu.
Na pandemia, Jaciana e voluntárias do Instituto faziam sopas para famílias em vulnerabilidade social que iam até a instituição para retirar a refeição.
“Na pandemia eu assumi a sopa também para as famílias da região, porque ficamos sem as crianças e continuamos atendendo as famílias. Não parei de cozinhar em nenhum momento”, finalizou.