Um amor sem explicação. Assim, a aposentada e voluntária, Rosangela Caires Sartori, de 61 anos, define sua relação com os felinos.
“Eles têm um amor verdadeiro, igual o cachorro também, não são falsos. Você pode confiar neles, porque eles são um amor incondicional. Eu fiquei apaixonada pelos gatos”, disse.
Atualmente, a servidora aposentada, cuida de 125 gatos abrigados na ONG “Abraça Vidas” em Araraquara.
Mas o que ela considera ser uma missão de vida, nem sempre foi assim. Ela assume que esse despertar de interesse com gatos nasceu quando se apaixonou por Maya, sua primeira companheira de bigode.
“Estava construindo minha casa entrou uma gata na obra e começamos cuidar. Ela ficou 13 anos conosco, faleceu há seis meses”, disse.
Hoje, Rosangela mora com sua cachorrinha, Julie, e mais seis gatos: Tiffany, Lara, Jorge, Lola, Maurício e Felipe.
“Dessa cor eu não tenho” acabou virando missão de vida
O amor virou mesmo o trabalho de Rosangela há quatro anos, resgatando filhotinhos que encontrava nas ruas de seu bairro na época, no Cambuí. “Pegava e levava para minha casa, pegava e levava para minha casa”, disse a gateira.
Quando chegou próximo dos 30 gatinhos, ela alugou um outro imóvel só para cuidar deles, no Pedregal. “Fiquei um ano e conheci mais duas amigas, a Letícia e a Elisângela, e elas quiseram abrir a ONG.”
O número foi multiplicando. De 40 para 50, de 50 para 120 gatinhos, todos muito bem assistidos pela ONG.
“Na época eu comecei a querer cuidar dos gatos, porque eu percebo que os gatos são os que mais sofrem. Tem muita protetora que cuida de cachorro, e de gato não tinha. Então eu comecei pelos gatos por isso, porque eu tenho muita dó. Principalmente as fêmeas sofrem demais, cada dois meses é uma cria”, explicou.
ONG Abraça Vidas
A ONG Abraça Vidas já resgatou mais de 1 mil gatos em três anos. A organização vive de doações e dinheiro arrecadado em um brechó que fica na parte da frente do imóvel.
“A gente faz rifas, a gente faz feira, vai em porta de loja de ração para conseguir alimentação dos animais. E tem alguns amigos que ajudavam lá na casa do Pedregal, continuam ajudando, contribuem todo mês”, disse.
A castração dos animais é feita em parceria com a prefeitura. “Mas o resto é tudo por nossa conta, aluguel da casa, ração, granulado, remédio, veterinário, tudo o que envolve os gatos é nós que temos que ir atrás de dinheiro.”
O trabalho da equipe, incluindo a Rosangela, é totalmente voluntário. “Não ganho nada p fazer isso mas ganho uma limpeza todos os dias na minha alma. Saio de lá feliz”, finalizou a gateira.
Informações sobre a organização e dos animais acolhidos estão disponíveis na página da instituição no Instagram.
