Por Agência Brasil
A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que, por ano, mais de 700 mil pessoas tirem a própria vida em todo o mundo. Segundo a OMS, o número pode chegar a 1 milhão se forem considerados os casos não registrados.
No Brasil, são aproximadamente 14 mil suicídios todos os anos — uma média de 38 pessoas por dia. Neste domingo (10), Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio, especialistas apontam que a maioria dos casos é relacionada a transtornos mentais, como depressão, e alertam que esses problemas têm se manifestado cada vez mais cedo.
Segundo o psiquiatra Rodrigo Bressan, presidente do Instituto Ame Sua Mente, pesquisas indicam que 75% dos transtornos mentais do adulto começam antes dos 24 anos. No caso dos adolescentes, metade tem início antes dos 14 anos.
“A gente acaba vendo o indivíduo que está deprimido com 20, com 30 anos, mas na verdade a doença, a maioria, começou muito mais cedo”, diz.
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Rodrigo Bressan diz que, quando o sofrimento é muito intenso, pode haver uma relação entre autolesão e suicídio. Normalmente, esses casos estão associados à depressão.
“Alguém que está fazendo autolesão está em um sofrimento emocional muito grande. A gente tem que lembrar que 90% dos casos estão associados a um diagnóstico psiquiátrico, em especial a depressão, e o mais importante que a gente tem que tratar o que está por detrás.”
Mudança de comportamento, queda no rendimento escolar, isolamento constante, no grupo de amizade, aparecimento de corte, queimadura, machucado, uso de mangas longas mesmo no calor podem ser sinais.
Rodrigo Bressan diz que a conversa com o adolescente, em situações como essas, é sempre delicada. Não se pode ter uma postura arrogante, nem com rótulos. Também não se deve dizer que a pessoa está fazendo algo errado ou que é “maluca”. Não se pode criar barreiras, mas, sim, mostrar a percepção de um comportamento diferente.
“Você dá a autoria da conversa para o adolescente. Quando ele tem autoria, a chance de ele se abrir para conversar aumenta”. Bressan avalia que “todo o comentário, mesmo que nas entrelinhas, de julgamento afasta o adolescente”.
ONDE BUSCAR AJUDA
Para quem precisa de ajuda, o site mapasaudemental.com.br traz um mapeamento de locais, em todo o país, que oferecem atendimento em saúde mental.
O Instituto Ame Sua Mente tem, por exemplo, o projeto Bússola, para auxiliar os professores a lidar com problemas de saúde mental. O Vita Alere também oferece diversas atividades que incluem atendimentos, cursos, consultorias e palestras.
O Centro de Valorização da Vida (CVV) atende pelo telefone 188 ou no site cvv.org.br.
Em caso de necessidade, também é possível conseguir ajuda em nos CAPs (Centros de Atenção Psicossocial), UBSs (Unidades Básicas de Saúde), UPAs (Unidades de Pronto Atendimento) e SAMU (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência), que atende pelo número 192.