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Seja tradicional, extraforte, gourmet ou aromatizado. O tradicional cafezinho não pode faltar na mesa de grande parte dos brasileiros. A bebida faz parte do nosso dia-a-dia e se consagra como a segunda bebida mais consumida no país – perdendo apenas para a água.
Em Araraquara, a história de amor de algumas famílias pelo café vem passando de geração para geração e traz a velha cultura cafeeira para os lados de cá.
O empresário Lucas Delpasso traz o amor pela bebida desde a época do avô, João Nascir Delpasso, fazendo com que despertasse seu interesse não apenas pela bebida, mas por todo o processo – do plantio da fruta ao café quentinho de todas as manhãs.
Com a primeira leva de café pronta para ser colhida, a família de Lucas realizou a primeira torrefação entre os anos de 2019 e, dois anos depois, fundou e registrou sua própria marca de café – Delgran.
“Hoje fazemos todo o processo, do plantio até o produto final. Nós fazemos as mudas que ficam nos viveiros, seguimos com o plantio, a colheita selecionada – para manter a qualidade de um café especial – e medimos o teor dos grãos. Depois passamos para o pós-colheita, onde a gente seca o café no nosso próprio terreno suspenso, fazemos o processo de beneficiamento, re-beneficiamento e classificação – para ver se atingiu a pontuação de café especial. Hoje nosso café especial tem certificado com 83 pontos para cima, é uma pontuação boa”, explica Lucas.
Ainda de acordo com o empresário, o cafezal produz atualmente cerca de 40 sacas por hectare, uma produção boa por ser orgânica – com água-floresta. Atualmente temos 4 hectares plantados e estamos planejando expandir por mais 3 hectares. Além disso, criamos uma cooperativa que visa incentivar outros produtores a realizar o plantio, seguindo a mesma linha de produção e qualidade. “A partir dai, tudo que for produzido por eles, será destinado para nossa empresa”, ressalta.
A empresa empacota atualmente 200 kg mensais de cafés especiais.
“Esse é um mercado que está em plena expansão. Hoje o nosso produto é vendido em empresas, cafeterias e exportado de maneira direta e indireta para a África do Sul e envia para o Brasil inteiro através do próprio site e nas vendas on-line. Então a gente faz todo esse processo hoje também”.
DE PAI PARA A FILHA
Do outro lado da cidade, no Jardim Zavanella, Carla Rodrigues segue os passos do pai, que produzia máquinas para a torrefação de café. “Desde criança tive muito contato com o café. Meu pai visitava produtores e torrefações para vender seu produtos e muitas vezes eu estava junto. Isso foi me despertando um amor pelo café e o desejo de um dia trabalhar nesse seguimento”, conta.
Mas o desejo de Carla só se concretizou em 2019, após passar 12 anos morando fora do país. “Meu parceiro – Mufit Ramci – é albanês naturalizado britânico ele também sempre foi apaixonado por café. Decidimos então montar a nossa torrefação de café aqui em Araraquara, na minha cidade natal. Ele se especializou em um curso de torra em Londres e demos início ao nosso trabalho. Começamos com uma marca de café gourmet – Star Ramci – e também faziamos torra para outras marcas. Recentemente demos início a um novo projeto com cafés especiais e demos início ao Amo Café”.
Carla conta que a empresa conta hoje com poucos pés de café e representam apenas 20% de toda a produção da empresa.