- Publicidade -
CotidianoÉ golpe atrás de golpe: estelionatos crescem 25% no primeiro trimestre do ano na Morada do Sol

É golpe atrás de golpe: estelionatos crescem 25% no primeiro trimestre do ano na Morada do Sol

As ocorrências de Estelionato (famoso artigo 171 do Código Penal) ultrapassaram os registros de furto nas delegacias da Morada do Sol nos primeiros dois meses do ano

- Publicidade -

Golpe do caixa eletrônico, do entregador de lanche, da mulher casada, do presente de aniversário, da venda de automóveis. Toda semana os golpistas inventam um novo modus operandi para surpreender as vítimas em Araraquara.

A criatividade vem crescendo assim como os boletins de ocorrência registrados na cidade. Os golpes aumentaram quase 25% (24,26%) no primeiro trimestre deste ano em relação aos registros do ano passado. Em 2023, em três meses, foram 812 casos, 1009 em 2024.

- Publicidade -

Muitas vezes os criminosos acabam saindo impunes, por causa da dificuldade de identificação dos envolvidos. As ocorrências de Estelionato (famoso artigo 171 do Código Penal) ultrapassaram os registros de furto nas delegacias da Morada do Sol nos primeiros dois meses do ano: foram 487 registros de furtos (exceto veículos) contra 661 estelionatos nos meses de janeiro e fevereiro deste ano.

VEJA O COMPARATIVO

Casos20232024Taxa de aumento %
Janeiro27536131 %
Fevereiro234 30028,21 %
Março303 34814,85 %
Total 812100924,26 %
Comparativo de casos de Estelionato registrados no município (Fonte: Delegacia Seccional de Polícia)

Afinal, como se proteger de ‘171’?

O acidade on conversou com a advogada Fernanda Sedenho sobre esta nova modalidade de crime. A especialista explicou o porquê da maior parte dos alvos serem os idosos e aposentados e outras questões como a grande incidência dos casos no meio digital.

Confira a entrevista:

acidade on Araraquara: Quais têm sido os golpes mais comuns em 2024?

- Publicidade -

Fernanda: Segundo a Federação Brasileira de Bancos – Febraban, a clonagem de cartão de crédito, ligações falsas envolvendo o 0800 e pedidos falsos de dinheiro via WhatsApp, se passando por pessoa conhecida, são as tentativas de golpes financeiros mais comuns.

acidade on Araraquara: Por que os idosos são a maior parte das vítimas dos golpistas?

Fernanda: Por conta da vulnerabilidade técnica em que se encontram, no que diz respeito à tecnologia e uso de aparelhos celulares ou similares que tenham acesso à internet e à sistemas que, por sua vez, são utilizados pelos golpistas para acessarem as vítimas, tais como sites e anúncios de propaganda cuja falsidade é de difícil identificação, principalmente por esse público, que comumente faz menos uso da rede mundial de computadores.

acidade on Araraquara: Como eles (os golpistas) conseguem os dados das vítimas?

Fernanda: Atualmente, falam-se em técnicas de engenharia social, que se trata da manipulação psicológica da vítima para que ela forneça informações confidenciais ou faça transações em favor dos golpistas.

Também existem técnicas como a chamada “pescaria digital”. Os golpistas utilizam e-mails, SMS, mensagens em aplicativos, publicações em redes sociais e páginas falsas na internet para que o usuário revele suas senhas e dados pessoais, ou clique em links que instalam aplicativos fraudulentos no seu celular.

Também existem aqueles que se passam por falsos funcionários de bancos, empresas e até mais recentemente como falsos policiais, para fazer com que a vítima forneça informações confidenciais, entregue cartões bancários ou paguem boletos indevidamente.

acidade on Araraquara: O que as pessoas precisam desconfiar para se proteger?

Fernanda: Uma das orientações mais importantes é nunca deixar senhas salvas nos celulares ou computadores e jamais fornecer dados pessoais (nome completo, documentos de identidades e afins) a terceiros.

Instituições bancárias, por exemplo, jamais entrarão em contato com clientes para pedir senhas de acesso a contas/aplicativos, ou seus dados completos, por isso, qualquer contato nesse sentido deve ser repelido.

Também é importante que as pessoas se atentem à origem das informações que estão recebendo, se provenientes de sites seguros e confiáveis ou de empresas idôneas. Por exemplo, quando se tratar de um site e o URL contiver números e/ou caracteres especiais, pode não ser um bom sinal. É importante verificar também s o protocolo de transferência de hipertexto, (HTTP), tem a letra S no final. Esse “S” significa que o site possui o Certificado de Segurança SSL.

Isto é, as cautelas para conferência de veracidade das informações dependerão do contexto em que a vítima é abordada. Primordialmente, deve-se desconfiar de qualquer abordagem que envolva motivação financeira, como, por exemplo, para reconhecer se alguma compra foi feita no nome do cliente ou de que há algum valor ou crédito disponibilizado em nome da pessoa que está sendo contatada.

acidade on Araraquara: Caso seja vítima dessas quadrilhas, o que fazer?

Fernanda: Comunicar a autoridade policial, através da lavratura de um boletim de ocorrência.

A depender do caso, se envolver golpes envolvendo nome de instituições financeiras ou empresas, contatá-los imediatamente, informando o ocorrido e pedir adoção de providências para que o que tiver ao alcance da empresa ou do banco seja feito, visando assegurar a confidencialidade dos dados do cliente e eventual perpetuação do golpe a ser aplicado. Pedir o protocolo sempre que houver esse requerimento ao banco.

Guardar eventuais contatos (mensagens, e-mails e outros), caso seja necessário ajuizar ação judicial e para auxiliar nas investigações junto às autoridades competentes.

acidade on Araraquara: Em caso de golpes usando nomes ou dentro de instituições financeiras, elas devem restituir o cliente já que tem responsabilidade pelos dados do mesmo?

Fernanda: A responsabilização da instituição financeira vai depender do contexto em que o golpe foi praticado.

Via de regra, a responsabilidade das instituições financeiras, quanto a vazamento de dados pessoais que viabilizam a prática do golpe, é possível desde que o sistema bancário seja o responsável pelo tratamento indevido dos dados da vítima.

Isto é, a relação entre o golpe e a instituição financeira deve ser analisada caso a caso, a considerar o indevido armazenamento e proteção dos dados dos clientes e o golpe sofrido pelo cliente, isso porque, o acesso a dados cadastrais básicos da vítima, como nome e CPF, podem ser obtidas por fontes alternativas.

Também a mera utilização do nome da instituição financeira pelo golpista, por si só, não é possível de responsabilizar o banco pelo ocorrido.

- Publicidade -
Raquel Baes
Raquel Baeshttps://www.acidadeon.com/araraquara/
Raquel Baes é formada em Jornalismo pela Universidade de Araraquara (Uniara) desde 2018. Passou pelas redações do Portal g1, EPTV Central e atualmente escreve para a editoria de Lazer e Cultura do acidade on Araraquara
- Publicidade -
- Publicidade -
- Publicidade -
Notícias Relacionadas
- Publicidade -