Após o susto de um sequestro relâmpago, uma idosa, de 69 anos, tenta recuperar o dinheiro roubado e suspender empréstimos que foram feitos em seu nome. O crime aconteceu em 31 de agosto, na região central de Araraquara.
A vítima foi abordada pelos sequestradores na saída da agência bancária que fica na Alameda Paulista, na Vila Xavier. Na sequência, foi levada ao mesmo banco, desta vez, na unidade da Rua Padre Duarte (R.4), no Centro.
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Lá, diante de ameaças, a aposentada fez saques, transferências bancárias e empréstimos. Os criminosos ainda fizeram compras on-line com pagamento em cartão de débito da vítima.
Toda movimentação, segundo a família, ultrapassou os R$24 mil, incluindo, R$12 mil que a idosa tinha em conta corrente e poupança.
Segundo o neto da idosa, Rogy Lenon Nocera, 25, a avó está traumatiza e não se lembra exatamente do que aconteceu naquele dia. Mas, ao menos, três pessoas teriam participação no crime.
“Pelas gravações das câmeras de segurança que fomos atrás por conta própria, aparentemente, são três pessoas [sendo um homem e duas mulheres]”, explicou.
A idosa teria permanecido por três horas nas mãos dos bandidos. O sequestro teria acontecido entre o final da manhã e o meio da tarde.
Minha avó nunca pediu um empréstimo na vida, nunca movimentou R$1 mil na conta. Ela sofreu um sequestro, sofreu violência de vários tipos, como ameaça e coação, tudo muito suspeito, movimentaram mais de R$20 mil, e a gente não consegue cancelar”, desabafou Rogy, lembrando que as transações foram feitas em uma agência em que a idosa não é correntista.
“Eu já pedi quatro vezes, entrei com quatro protocolos. Dá até uma raiva. Quem é vítima de bandido não pode nem cancelar empréstimo. Agora, a dívida vai ficar descontando do salário dela”, completou.
A família procurou pelo Banco do Brasil e teria sido informada de que não foi configurada “falhas em ambiente, equipamentos, pessoas ou processos da instituição”.
Segundo Rogy, a avó recebe uma aposentadoria no valor de um salário mínimo, ou seja, pouco mais de R$1,2 mil. Agora, praticamente, metade desta renda será para o pagamento do empréstimo.
“Ela gasta bastante com remédio, plano de saúde, e com as parcelas de uma máquina de lavar. Era com isso que ela conseguia gastar. Agora, eu não sei como vamos fazer”, falou.
O caso foi registrado em Boletim de Ocorrência no dia 1º de setembro. “Eles [o banco] têm a filmagem das pessoas entrando com ela para mexer no caixa, tem a filmagem de um homem na porta parado olhando para minha avó com outra pessoa agarrada no braço dela”, afirmou.
“A gente vai entrar com advogado, é certo. Meu medo é que, até conseguir pela Defensoria Pública, vire o mês e a gente fique com conta”, finalizou.
FALA, SSP
Procurada, a secretaria de Segurança Pública do Estado informou que o caso é investigado pela Delegacia de Investigações Gerais (DIG), que já identificou um dos veículos utilizados pelos suspeitos e trabalha para localizá-lo e prender os envolvidos.
“Detalhes serão preservados para garantir a autonomia ao trabalho policial”, concluiu a nota.
FALA, BB
O Banco do Brasil justificou que colabora com as investigações para elucidação do caso e que cumpre as exigências legais relativas a equipamentos e procedimentos de segurança previstas na legislação para agências bancárias.
“O BB analisa todas as contestações de movimentações financeiras não reconhecidas pelos seus clientes. O processo é analisado pela área técnica que define sobre a responsabilidade das partes e sobre o ressarcimento ou não dos valores questionados”, afirmou.
Mas, segundo o banco, “as transações contestadas pela cliente foram realizadas com as suas credenciais de acesso aos sistemas do BB”.