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CotidianoEm Araraquara queda de arrecadação sem quermesses chega a 60%

Em Araraquara queda de arrecadação sem quermesses chega a 60%

Santo Antônio, Sagrada Família e São Bento, que realizam festas tradicionais nesta época do ano, falam das dificuldades impostas pela pandemia

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Festa junina na paróquia Santo Antônio em 2019 (Foto Arquivo: Amanda Rocha/ACidadeON)

 O mês de junho marca o início das festas juninas. Mas, pelo segundo ano, as paróquias de Araraquara vão precisar se readaptar. A pandemia impõe limitações para as celebrações religiosas e impossibilita as tradicionais quermesses. 

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Sem os eventos beneficentes que representam 60% dos recursos, as comunidades têm enfrentado dificuldades para manter os projetos sociais.

O clima de festa junina uma das datas mais tradicionais e esperadas do nosso calendário, já virou tradição. Em Araraquara, são muitas. 

Junho dá o ponta pé inicial das quermesses, dos eventos beneficentes e marca o início de um período muito aguardado também pelas comunidades. 

RENDA ESTRUTURAL E SOCIAL
Além de um evento social, as festas juninas também representam renda para as paróquias. Renda que se reverte em projetos sociais. Sem elas, parte disso tudo fica comprometida. 

Na última terça-feira (01) o Santuário de Santo Antônio, na Vila Xavier, deu início à trezena. Até 2019, seriam 13 dias de festa até o dia do santo. Mas, pelo segundo ano, a festa sofre com a pandemia. 

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O padre João Morales explica que a tradicional quermesse representava um ganho de R$ 150 mil para a paróquia. Mas no passado, a festa perdeu 80% do faturamento apenas R$ 30 mil, que foram utilizados apenas na manutenção da igreja. 

” A renda da festa tem essa dimensão de manutenção e reformas da paróquia e também na parte social que usamos para ajudar as pessoas. Não podemos fazer nenhuma reforma por falta de recurso, estamos usando esse dinheiro para manutenção da paróquia que também tem seus funcionários etc”, diz. 

ADAPTAÇÕES
Será mais um ano de adaptação. Mesas e cadeiras dando lugar aos carros, celebrações sendo transmitidas pela internet. Tudo para manter os fiéis mais próximos. 

O padre João Morales diz que está contente com o otimismo dos voluntários, embora não espere um resultado financeiro expressivo. Para este, ele explica que as orações estão voltadas ao fim da pandemia.
“Eu sou confiante na providência de Deus, nunca duvidei, mas não espero um resultado financeiro grande. De qualquer forma eu fico contente com o entusiasmo do pessoal. Vamos focar mais nas orações no fim da pandemia”, reforça.  

Sem quermesse, arrecadação das igrejas caíram drasticamentte (Foto: Amanda Rocha/ACidadeON)

CAIPIRAL
Em Junho, os preparativos para o tradicional Caipiral da Sagrada Família, no Jardim Imperador, já estaria a todo vapor. A festa que acontece ao longo do mês de julho representa entre 60% e 70% de toda a renda da comunidade. 

O padre Frederico Daniel destaca que sem contar com este recurso foi preciso paralisar algumas obras que já estavam em andamento. 

“A ajuda do Caipiral é voltada aos projetos sociais e também da manutenção da igreja. Tivemos que parar a consturnção do centro de catequese desde abril do ano passado, o salão paroquial e um projeto de fazer um auditório também foi parado. Então toda essa parte de construção e manutenção da igreja ficava por conta do Caipiral”, conta.  

Festa do Caipiral em 2019 (Foto/Arquivo: Amanda Rocha) 

Ele explica ainda que a manutenção dos projetos sociais e outras despesas da comunidade dependem de doações e, principalmente, do trabalho voluntário. 

“A gente conta com a participação dos fiéis e da comunidade que também estão passando por dificuldades grandes, muitas famílias passam por dificuldades, então a gente vai se reinventando. Costumo chamar as senhoras da cozinha de Santas Senhoras, porque elas sempre nos ajudam, fazem pães, doces. São as maneiras que nos encontramos nos dias atuais para que a gente possa seguir em frente e vencer”, lembra. 

Qualquer evento que promova aglomeração está proibido por conta da pandemia. As celebrações têm autorização para receber público, mas limitado e com todas as regras. 

MATRIZ DE SÃO BENTO
O padre Rodolfo Faria, da Matriz de São Bento, no Centro de Araraquara, diz que a Igreja entende e concorda com as medidas para preservar vidas. No entanto, são incontestáveis as perdas para comunidade. 

Na Matriz, os eventos beneficentes, como a quermesse, que acontece em Julho, representam 60% de toda renda da paróquia. Sem poder contar com o recurso, a paróquia tem precisado ainda mais de doações de voluntários. 

“Todo evento, toda ação solidária, show de prêmios é em prol da manutenção predial e da evangelização mas também esse compromisso que temos com as famílias, pessoas carentes e moradores em vulnerabilidade que dependem desses eventos. Então estamos nos virando com as doações”, frisa. 

Se por um lado, a Matriz perdeu uma importante fonte de renda, por outro, aumentou as famílias que são assistidas pelas pastorais da igreja. O pároco diz que antes atendiam 40 famílias e hoje são entre 300 e 400 em situação de vulnerabilidade social. 

“Infelizmente quem sofre são as famílias, são as pessoas e os moradores em situação de vulnerabilidade e dependemos do empresariado de Araraquara para conseguir socorrer essa demanda. Antes ajudávamos cerca de 30, 40 famílias por mês, hoje são 300, 400 famílias, que precisam de emprego, trabalhos informais. Hoje de fato muita gente passa fome na cidade e tentamos socorrer com as forças que nós temos”, reforça. 

A programação completa das festividades e as formas de contribuir estão disponíveis nas páginas das paróquias nas redes sociais.

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