Socos, mordidas e gritos. Essas são as lembranças de Ana Maria Thereza Barra, de 20 anos, funcionária agredida em uma lanchonete no Centro de Araraquara.
Ao invés de terminar mais uma noite de trabalho em casa, ela e outra funcionária, de 52 anos, do estabelecimento foram parar na delegacia no fim da noite do último domingo (10) depois de apanharem de um cliente de 59 anos.
“Estamos muito chateados em choque”, disse Ana, que carrega marcas dos socos que levou no rosto.
Além das agressões que ela e a outra funcionária sofreram, uma porta de vidro do estabelecimento também foi danificada.
“Não estamos acostumados com isso, porque nunca houve nenhuma discussão no nosso estabelecimento, trabalhamos com hot dog há mais de 20 anos. É um ambiente bem familiar, o que nos deixou assustados”, afirmou Ana.
Ameaças e agressões
Era noite de domingo e o estabelecimento que vende cachorro quente e é tradicional da Morada do Sol recebia uma festa de aniversário. Corria tudo bem, até que umas das funcionárias recebeu uma reclamação de um cliente, que alegava não ter recebido seu pedido.
“A moça que estava marcando o pedido disse que ele não tinha feito (o pedido). A auxiliar de cozinha foi até a mesa pedir desculpas, pediu cinco minutinhos para ele, disse que a gente já faria o pedido. Ai ele começou a falar que não queria mais e não iria comer mais nada e ser grosso com a nossa funcionária”, contou Ana.
O proprietário do restaurante foi até a mesa e pediu para que ele não fosse grosseiro com a funcionária. Como as ofensas se intensificaram, o cliente foi convidado a se retirar do local.
“Falei para ele que não precisava pagar pelo que consumiu somente se retirar. Nisso um outro homem, o amigo dele, entrou na minha frente e começou a me ameaçar. Disse que não sabia quem ele era, que eu não o conhecia. Dai eu eu perguntei se aquilo ali seria uma ameaça, que caso fosse a gente iria chamar a polícia e a gente resolveria dessa forma, já que ele estava me ameaçando ali”, disse a atendente, que é filha do proprietário do local.
A partir dai, ela foi empurrada e agredida com socos no rosto. Outras duas funcionárias entraram para tentar parar as agressões e uma delas também acabou agredida. “Pegou uma garrafa de água e bateu na cabeça dela, mordeu ela.”
Depois que as outras duas funcionárias saíram, o agressor ainda deu outro soco no rosto de Ana. “A esposa do agressor também empurrou nossa porta de vidro que caiu no chão e quebrou.”
Após os danos e agressões o casal fugiu pulando o muro, antes da Polícia Militar chegar. O outro homem que também estava envolvido na discussão foi embora sem se envolver nas agressões físicas.
“Tivemos danos materiais, pois a esposa do agressor empurrou a porta de vidro que quebrou, mas o pior foi a agressão física sofrida”, finalizou Ana.
O caso foi registrado no Plantão Policial como Lesão Corporal e Dano. Ana disse que ela e o pai já entraram em contato com um advogado e possuem imagens de câmeras de segurança que serão disponibilizadas para ajudar nas investigações. Até a publicação dessa reportagem ninguém havia sido preso.
