Araraquara realiza o 19º Encontro Nacional de Capoeira neste final de semana. Na manhã deste sábado (23), uma roda de capoeiristas agitou a Praça Santa Cruz, no centro da cidade.
Mestres capoeiristas de vários estados estavam presentes na roda. O organizador do evento, José Gomes Sobrinho, o Mestre Zezinho, comentou que o encontro começou nesta sexta-feira (22) e segue até o domingo (24) com competições.
“Esse encontro nacional acontece sempre em Araraquara. Nessa edição teremos uma competição entre atletas da região e de outros estados. Há mestres de São Luís do Maranhão, do Paraná, Minas Gerais, São Paulo e Brasília”, disse.
As apresentações continuam a tarde e a noite haverá evento de formatura dos alunos.”Hoje fizemos a roda na praça e a tarde terá workshop. Já à noite temos eventos de formatura na escola EEBA a partir das 18h30″, contou.
Neste domingo (24), as competições acontecem na Associação de Capoeira Sol da Liberdade a partir das 9 horas, nas categoria juvenil de 12 anos a 17 anos (feminino e masculino) e adulto.
FAMÍLIA CAPOEIRISTA
A professora de educação física e capoeirista Daiane Santos, 37 anos, estava acompanhada de duas filhas pequenas. Ela treina há 16 anos, entre idas e vindas, devido às gestações.
“Elas me acompanham desde pequenininhas, adoram e fazem questão de vir sempre que tem”, comentou.
Daiane apontou que a capoeira sempre fez parte de sua vida, e que sente falta se para de treinar.
A professora de educação física frisou que existem alguns movimentos mais difíceis mas isto não a impede de se reinventar a cada treino.
“Às vezes é um pouco complicado porque temos que nos reinventar a cada treino, há movimentos mais difíceis mas metemos a cara e conseguimos. Quando fico sem treinar eu sinto falta”, avaliou.
DA ROÇA A RODA
Mestre Zezinho respira a capoeira todos os dias. Ele contou que devido a arte, conseguiu se formar e ter uma profissão. São 37 anos dedicados à capoeira.
“Capoeira é minha vida, eu vim da roça e acreditei na arte. Eu era cortador de cana, não tinha estudo, só ate a 4ª série, e vim pra cidade. Mas eu tinha a capoeira e nela vi a necessidade de estudar, terminei meus estudos, fiz faculdade de educação física”, contou.
O capoeirista comentou que enxerga a capoeira como filosofia de vida, e tenta passar essa vivência aos alunos.
“Eu vivo e sobrevivo da capoeira, é minha profissão e sustento. Sempre tento mostrar para meus alunos de regiões periféricas que através da arte tudo é possível”, finalizou.