Final de ano é época de matrícula e rematrícula escolar mas atenção, as escolas particulares ouvidas pela reportagem da CBN já projetam aumento nas mensalidades para o ano que vem. Os valores vão ficar em média 8% mais caros.
Beatriz Corrêa é mãe de uma criança, de 8 anos, que estuda em uma escola particular no Centro de Araraquara. Ela ainda não renovou a matrícula do filho para o ano que vem. Por conta do reajuste na mensalidade, a família ainda negocia um valor mais acessível.
“Está pesando no orçamento porque além da mensalidade, tem a van, o material fora a alimentação dele dentro da escola, está bem complicado porque somos autônomos e praticamente vivemos para pagar as contas”, comentou.
REAJUSTE
O aumento vai ser inevitável. Escolas ouvidas pela reportagem projetam um reajuste nas mensalidades, em média, de 8%.
Em uma rede de ensino, responsável por três escolas na cidade, o aumento vai ser de 8,46%. A mantenedora justifica que não houve reajuste neste ano e que os gastos foram elevados nos últimos meses.
A diretora de uma destas escolas, Juliana Delilo, diz que a instituição absorveu parte das despesas, principalmente, com investimentos em infraestrutura por conta da pandemia. Na unidade, são 800 alunos matriculados.
“Tivemos um reajuste em relação a tudo, energia, gás, salário dos professores porém não repassamos aos pais, pensando em realmente ajuda-los nesse período de fechamento de comércio e indústrias, porém para 2021 estamos aplicando o reajuste de 8,46%”, disse.
Mas a diretora destaca que, apesar deste aumento, é possível negociar.
“Os pais estão sim a escola tanto para trabalhar com débitos que possuem de 2021 para que a rematrícula possa ser efetivada quanto para negociar par ao próximo ano e a outra situação são os alunos novos que procuram a escola para conhecer e matricular e os pais também estão pedindo desconto”, apontou.
Em uma escola que vai da educação infantil ao 9º ano, que fica no Centro da cidade, são 435 alunos matriculados atualmente.
O diretor, Antônio Riscallah Husne, diz que a instituição precisou recompor alguns custos e reajustar a mensalidade em 7%, depois de um ano em que os valores ficaram congelados.
“Tivemos outras despesas e a nossa instituição não repassou nenhum tipo de despesa, que foi uma segurança para os pais, estamos tentando fazer o melhor pelas famílias”, apontou.
Para a pedagoga Bruna Kaufmann, a educação das filhas, de 5 e 7 anos, é prioridade. Ela já espera um reajuste para o ano que vem e para isso sabe que vai precisar cortar alguns gastos.
“Felizmente ou infelizmente é a educação que vai melhorar o país, então temos que cortar gastos superficiais e dar prioridade a educação”, frisou.
O Homero Borba é diretor de uma escola, que fica no Centro. Por lá a mensalidade também vai ficar mais cara em 2022. Mas a instituição não estabeleceu um percentual, vai avaliar individualmente com as famílias.
“A gente está conversando com a família, vendo a situação de cada uma e tentando ajudar no que foi possível, não estabelecemos nenhum reajusto pré-fixado, e dentro do possível fazendo reajustes bem menores que esse”, comentou.