O projeto é para a faculdade, mas é suficiente para fazer muitos saudosistas voltarem a sonhar e reviver os bons tempos do antigo Tropical Shopping.
Matthews Phillyp Batista, 25 anos, é estudante de Arquitetura e Urbanismo e responsável pelo projeto que fez muitos olhos brilhares de emoção.
Para fazer seu trabalho de conclusão de curso, Mattews buscou algo que o incomodasse em Araraquara e acabou encontrando o abandono e o “vazio urbano edificado” que o shopping causa na cidade.
“Além disso, o Tropical Shopping foi um local importante para a cidade e é um lugar que está no coração de muitos araraquarenses. Se conversar com as pessoas que frequentavam o local, elas vão contar que era um local querido e muito lindo. São muitas lembranças boas e nostálgicas; que, além de shopping era um lugar que as pessoas iam para se encontrarem e se divertir. Acredito que se o projeto virasse realidade, seria uma felicidade para mim e para a cidade toda”, ressalta.
O PROJETO
O projeto tem como proposta resgatar o prédio, que está abandonado há anos, preservando suas características mais marcantes como a cobertura de madeira aparente nos dois pátios, os espelhos d’agua no centro dos pátios e o espaço aonde fica a rampa, a escada e a cascata.
As maiores mudanças no projeto foi a de colocação de uma nova cobertura, que cria um eixo que dá para ver a divisão dos dois pátios, com madeira aparente. Na antiga lojas americanas foi projetado um ginásio e no cinema um teatro.
A união dos antigos e novos elementos, criando um contraste marcante entre a Arquitetura antiga e nova.
“Os espaços desenvolvidos foram pensados de acordo com as necessidades do bairro e da região, além das pesquisas e levantamentos de dados da cidade”, explica.
A área comercial foi pensada em um comercio local, onde foi analisado as necessidades do bairro e alguns estabelecimentos e espaços com escassez na região. “Por conta disso, o projeto prevê espaços para exposições, oficinais culturais, ginásio, quadras, pista de skate, além de áreas comerciais e prestação de serviços, fazendo o local perder essa característica de “shopping” e assim aderindo à ideia de diversidades no uso dos espaços, estimulando a convivência das pessoas, tornando local um espaço integrador de cultura, comércio e lazer para a sociedade”, afirma o estudante.
Mas será que o projeto é viável? Mattews garante que sim.
Ele destaca que existe alguns desafios para o projeto ser colocado em prática, como a regularização do terreno e a prefeitura conseguir a posse dele. Além disso, o projeto iria ter algumas dificuldades na hora de resgatar características e estruturas, pois a situação atual do terreno é precária, entretanto, todos esses desafios e dificuldades podem ser resolvidos com uma boa equipe atuando no local, reforça ele.
“Como o terreno esta totalmente vedado, é difícil falar como está a situação toda do prédio, mas muitas partes estão em situação precária; como por exemplo a cobertura onde muitas partes dela já nem existem mais. Para uma possível execução do projeto, teria que ir uma equipe no local e fazer uma análise para ver quais partes consegue manter, quais recuperar e as que não tem mais o que fazer e terá que demolir”, explica.
HISTÓRIA
O local contava com diversas marcas nacionais e internacionais, praça de alimentação e espaço para apresentações. Mas, com o tempo, as lojas foram fechando e a situação de grandiosidade foi revertida até culminar com o fechamento do shopping, em 2007. O barulho e o colorido de anos atrás deram lugar ao silêncio e aos vidros quebrados.
DESTRUIÇÃO
De lá para cá, o local foi invadido e completamente destruído. Em 2014, um princípio de incêndio atingiu o teto de uma das antigas lojas. No ano seguinte, um curto circuito provocou outro incêndio na parte externa. As chamas foram controladas pelo Corpo de Bombeiros, mas o problema não.
Uma empresa chegou a assumir a administração do espaço, mas diversos impasses burocráticos e dívidas inviabilizaram o negócio.