Newborn, gestante, aniversário, são vários ensaios fofos clicados pelas lentes da fotógrafa araraquarense Carol Boalin.
Porém, quem pensa serem ensaios de humanos se engana. Carol é fotógrafa de pet, e uma das idealizadoras do projeto “Me Adote”, onde registra cachorros para adoção.
No último ano, com a pandemia, ela disse que aumentou muito a procura por sessões fotográficas com os animais de estimação.
“Uma coisa que aumentou muito nos últimos anos é o ensaio com os pets, a família toda. Porque o cachorro hoje não é mais um animal, é um membro da família. Os animais vivem tão pouco, né, e as pessoas tentam eternizar os momentos com eles, deixar uma lembrança. Parece que a pandemia fez com que as pessoas se aproximassem mais dos cães, meu trabalho está rendendo muito”, comemorou.
Sessão de Natal, Halloween, Carnaval, Páscoa, Festa Junina e até formatura, há sessões para todos os gostos, latidos e miados.
TEMÁTICA ANIMAL
Para conseguir as boas e engraçadas imagens, é preciso muita paciência e amor aos bichinhos. Afinal, até mordida a fotógrafa levou ao clicar um “doguinho”. Alguns não aguentam de ansiedade e fazem as necessidades no cenário montado.
“Tem animal que senta no cenário e já faz caras bonitinhas, mas tem uns que são mais difíceis. Depende muito do animal, eles pegam muito a personalidade do dono. A minha é muito agitada, mas consegui adestrar para ficar paradinha no cenário”, comentou.
A fotógrafa fez curso de newborn para humanos, mas mirou nos animais. E o ideal é ter até 15 dias porque depois disso, os filhotinhos ficam muito agitados.
“Fiz o curso de newborn para humanos, mas aplico em cachorros, sou a única aqui no estado de São Paulo que faz newborn de bichinhos. Eu faço de filhotinhos até 15 dias no máximo, porque depois eles se mexem demais, estão conhecendo o mundo, abrindo os olhinhos. Mas tem cachorrinho que é mais calmo até 30, 40 dias. Assim como tem animal que já nasce espoleta”, contou.
Carol lembrou que todo cachorro e gato tem o próprio tempo para se soltar para o clique, mas há casos em que é preciso muito petisco, bolinha e brincadeiras para entreter.
Às vezes alguns saem correndo e destroem os cenários. São os ossos do ofício, ou melhor, patas do ofício.
“Tem um caso que o cachorro me associava à veterinária, e sempre queria me morder, mas todos tem o tempo deles, conhecem o cenário. Tem que ter paciência para aguardar o momento do cachorro, passar a ansiedade dele e conseguir o clique perfeito”, apontou.
PROJETO ME ADOTE
A fotógrafa começou na profissão há uns bons anos, mas se encontrou na área com as fotos de bichinhos.
E tudo se iniciou com um pedido de um amigo tosador, que gostaria de fazer um book com o antes e depois de seu gatinho.
Desde então, a agenda da fotógrafa que cobria shows e eventos deu uma guinada de 360º.
“Muita gente veio atrás de mim para fotografar o cachorrinho e fui abandonando fotografia geral de banda e grávidas que fazia. Hoje eu faço mais gestante pet”, frisou.
A partir daí, ela teve uma ideia para ajudar as amigas e protetoras dos animais Carol Galvão e Tuka Niko, que estavam com muitos cachorros para adoção em ONGs de Araraquara e não conseguia adotantes.
Nascia aí o projeto “Me Adote”. Foi um sucesso. Ela clicou cerca de 30 cachorros que aguardavam um lar e todos foram adotados.
“O Me Adote começou no susto em 2017, eu usava o dinheiro que ganhava nos ensaios particulares para comprar acessórios para o projeto, porque tínhamos que ter lacinho, uma sainha diferente. E foi um boom, todos os cachorrinhos foram adotados em 24 horas”, lembrou.
Além de amar fotografia, Carol é uma apaixonada por animais. E o nicho de pets não se restringe a cães e gatos.
“Eu escolhi um nicho que amo fazer, sempre gostei muito de bichos e tenho muita paciência para fotografar cães e gatos. Já fiz tucano, cobra, e até aniversário de hamster”, concluiu.
Para conhecer mais sobre o projeto “Me Adote”, clique aqui.