Uma funcionária da escola estadual “Bento de Abreu”, no Centro de Araraquara, registrou um boletim de ocorrência para denunciar mensagens racistas recebidas em seu celular. O caso aconteceu na última segunda-feira (29), mas foi registrado nesta terça-feira (30).
À Polícia, a vítima relatou que, por motivos relacionados à disciplina escolar, recebeu uma mensagem em seu celular com as expressões “vaca preta, gorda preta, preto tem que morrer”. O conteúdo foi enviado por um número desconhecido ao celular da profissional.
Diante da situação, a vítima deduziu que as autoras das mensagens seriam duas jovens, de 15 e 16 anos, repreendidas no dia anterior por comportamento fora do regulamento escolar. O caso foi registrado no Plantão Policial e vai ser investigado.
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Em nota, a secretaria da Educação do estado de São Paulo disse repudiar todo e qualquer tipo de racismo ou injúria racial. Segundo o órgão, assim que tomou conhecimento do caso, a unidade escolar convocou os responsáveis para uma conversa de mediação.
“Durante esta semana a aluna irá acompanhar as aulas pelo Centro de Mídias de São Paulo. Um boletim de ocorrência foi registrado e o caso será inserido no Placon, a plataforma do Conviva-SP que é usada para registrar todas as ocorrências escolares. O programa Psicólogos na Educação está à disposição dos profissionais e alunos da escola”, concluiu, em nota.
OUTRO CASO
Na última segunda-feira (29), uma idosa, de 71 anos, também procurou a Polícia Civil para denunciar um caso de racismo no Recanto Feliz, conjunto habitacional para idosos. À Polícia, a vítima disse ter sido chamada por uma vizinha de “macaca, preta, nega suja, vai comer banana e procurar o caminhão que você caiu”.
A Prefeitura de Araraquara disse que a vítima foi acolhida pela assistente social da unidade, que ofertou escuta e orientação, inclusive em relação ao seu direito e registrar o BO, tendo ela se sentido ofendida em sua honra em razão de sua raça.
“Em relação a outra idosa que teria proferido as injúrias raciais, ela também foi orientada, com vistas a garantir seu direito de defesa, de forma gratuita, por meio da Defensoria Pública do Estado de São Paulo”, disse em nota.
“Paralelamente aos atendimentos à duas idosas, a Gerência de Proteção Social Especial da SMADS está articulando, junto ao Centro de Referência Afro, a realização de uma ação coletiva com os idosos do Recanto Feliz, voltada para o enfrentamento do preconceito e racismo”, completou o posicionamento.
O caso também está sendo investigado pela Polícia Civil após o registro da ocorrência.