A venda de gelinhos ou geladinhos como também são conhecidos, é bastante comum pelos bairros aqui de Araraquara. Refrescam nos dias mais quentes, são baratos e acessíveis… Além de importante fonte de renda para muitas famílias
Em uma placa improvisada, feita com azulejo e escrita com esmalte preto, Gisele Leme Silva dos Anjos, que mora no Jardim Maria Luiza, em Araraquara, anuncia que “tem gelinho a venda por R$0,70”.
Azulão, chocolate, maracujá, doce de leite menta, limão suíço, manga, abacaxi, entre outros sabores atraem crianças e adultos ávidos por um refresco nesse calor.
Com apenas R$100, Gisele começou a empreender no começo deste ano. E hoje, a venda dos gelinhos ajuda a pagar as contas do dia-a-dia.
“Com gelinho consigo para uma conta de internet, telefone, meu filho quer comprar um pão e tenho um dinheirinho para dar para ele consigo dar, antigamente não conseguia”, apontou.
Raissa de Jesus Cordeiro é cliente fiel. Em uma destas tardes quentes, com os termômetros marcando 38 graus, levou para casa 15 gelinhos.
“Quero ver sobrar até chegar em casa com esse calor que está”, contou.
A venda de gelinho ou geladinho, como também é conhecido, é bastante comum pelos bairros de Araraquara. Pode ser um incremento ou a única fonte de renda para muitas famílias.
A Gisele explica que chegou a vender 400 unidades em único dia. Por isso que dia quente é sinônimo de vendas aquecidas.
A Cleusa Perpétua Silva mora no Altos de Pinheiros I. Ela começou a vender gelinho recentemente. Ele é maior que o tradicional e por isso sai por R$2.
“Eu ganho só um salário , né. As contas de luz e água está cara, então resolvi fazer gelinho que é mais baratinho e dá pra fazer, tem dia que tiro R$ 30, R$40”, contou.
O economista e colunista da CBN, Bruno Assunção, destaca o perfil empreendedor destas famílias. Segundo, ele é importante investir em um produto de qualidade e na relação com o cliente.
A venda não é só sobre o dinheiro mas a relação que você cria com os clientes, para eles voltarem. Você deve ser o maior fã do produto que oferece”
A Dona Maria José Alves da Silva também trabalha com a venda de gelinhos. Há cinco anos, faz em casa mesmo, no Semi Dei. Ela conta que são dois tipos.
A Dona Maria vende gelinho de quatro sabores, e um deles é especial. Ela não vende muito por falta de estrutura, mas conta que o pouco que sai, ajuda com as contas da casa.
Eu faço o de acerola do meu quintal, tiro a poupa e já faço, fica uma vitamina que só provando.
Ajuda muito a venda,
Para Bruno Assunção, embora seja um produto mais barato, é importante ter noção dos custos para não ter prejuízo. Além de apostar em diversificação.
“Faça muito bem essa análise de quanto você gasta ao produzir uma unidade para ver o quanto terá de lucro nessa venda, e fortaleça mais os sabores que vendem mais para ter maior margem de vendas”, conclui.