Você viu aqui no acidade on que uma idosa perdeu mais de R$ 17 mil no golpe do bilhete premiado. Mas saiba que ela não está sozinha. Somente no ano passado, quase 1,8 mil pessoas foram vítimas de estelionato em Araraquara.
Este número é 6% maior que o registrado no mesmo período do ano anterior. É como se todos os dias, cerca de cinco pessoas procurassem a polícia para registrar os prejuízos que tiveram por conta de algum tipo de golpe.
No caso desta idosa, o valor perdido seria para recuperar um prêmio de meio milhão de reais. Ela foi induzida por três estelionatárias a fazer saques e empréstimos, com a promessa de que receberia um bilhete premiado e, consequentemente, a premiação.
Mas este nem é um dos golpes mais comuns. O delegado seccional da Polícia Civil, Fernando Giaretta, diz que os casos que envolvem recursos tecnológicos, como transferências bancárias e aplicativos, têm se popularizado em todo estado.
Porém, nem todos os Boletins de Ocorrência se tornam investigações, já que dependem de representação das vítimas, o que muitas vezes não acontece.
“Claro que não temos o índice de esclarecimento de 100%, mas a maioria dos casos é esclarecida pela Polícia Civil”, afirma. “Hoje o crime de estelionato precisa de representação da vítima e muitas acabam não representando por chegar a algum acordo com o suposto autor do golpe, às vezes se trata de um desacordo comercial, existem várias probabilidades”, explica.
O delegado destaca que as vítimas são escolhidas pelos golpistas pela vulnerabilidade, como é o caso os idosos. “Há um estudo por parte da criminalidade sobre as vítimas mais vulneráveis”, avalia.
CUIDADOS
Para o advogado Rodrigo Coxe, presidente da Comissão de Direito Digital da OAB Araraquara, alguns fatores ajudam a entender este número tão alto de golpes, como o interesse da vítima em relacionamentos, vantagem pessoal, altruísmo, ou seja, ser solidária a ajudar alguém ou alguma instituição, além da distração.
Por isso, segundo ele, desconfiar é sempre a melhor forma de se proteger. “O antivírus pessoal é a desconfiança. Nunca faça compras sem antes checar a veracidade das informações, a idoneidade de quem esta vendendo”, orienta.
Já no caso do golpe conhecido como “falso amigo”, a recomendação é “que a pessoa ligue para o número que está fazendo o pedido, faça uma chamada de vídeo e verifique se é de fato a pessoa [conhecida e/ou familiar]”, diz.
Outra recomendação é sempre orientar os idosos da família como proceder em casos como estes. Permanecer calmo nestas horas pode ser crucial para evitar grandes perdas financeiras.
O delegado Fernando Giaretta reforça que registrar o BO e representar contra o golpistas ajudam a mapear o crime e auxilia no trabalho de investigação.