Um grupo de mulheres do Jardim Cambuy se fortalece na pandemia através do WhatsApp. Muitas ficaram desempregadas com a crise econômica e agora trabalham em casa, seja com alimentos, roupas, cosméticos ou serviços de transporte.
“Cada uma vende um produto no bairro, então isso serve bastante pra gente, porque na pandemia, muitas trabalhavam fora e fomos cortadas do serviço, estamos trabalhando em casa. Eu sou manicure e vendo alimentos em casa”, comenta a moradora Marilsa Aparecida Liberatti, de 57 anos.
MIL E UMA UTILIDADES
Caso uma máquina de lavar quebre, ou alguém precisa de algum medicamento urgente, ou até mesmo de orientações de advogada, é pra já. No grupo não falta ajuda e indicações de serviços gerais e de profissionais.
“Se quebrou máquina de lavar, alguém precise de indicação de advogado, dentista, tem de tudo. Precisamos de alguém de confiança pra vir em casa, estamos prontas pra qualquer coisa, pra dar informação, estender a mão, correr com quem não dirige, temos também uma motorista no bairro. Somos de confiança”, aponta Marilsa.
Alertas sobre irregularidades no bairro, pessoas suspeitas e até festas clandestinas são rapidamente repassadas e denunciadas.
Uma das administradoras do grupo, a micro empresária Cinara Argenton Telarolli, 52 anos, reforça que o grupo é para troca de experiências e informações. Ela mora no bairro há 10 anos.
“A primeira ideia de quando procuramos algo no bairro, ou precisamos de algum profissional, já jogamos no grupo pra indicação. Isso acabou sendo muito importante nessa época de pandemia. Muitas vezes não precisamos nem sair do bairro pra comprar o que precisamos”, lembra.
POLÍTICA DA BOA VIZINHANÇA
A micro empresária ressalva que no grupo só não podem discutir sobre política e religião. O resto está liberado.
“Só é proibido falar de religião e política no grupo, porque cada um tem a sua. A gente exige sempre que se tenha muito respeito. Acabamos nos divertindo muito com as conversas”, aponta.
E ela lembra que como o Cambuy é um bairro pequeno, a boa relação com os vizinhos é essencial.
“O melhor parente que temos é sempre o vizinho, porque na hora de um sufoco ou desespero é pra eles que a gente grita, antes de qualquer um, então melhor coisa é se dar bem com todos, e a grande maioria aqui se dá muito bem com todo mundo”, conta.
