O Tribunal do Júri condenou Anderson Gomes Guerreiro a 16 anos e oito meses de prisão em regime fechado por tentativa de homicídio, após nove horas de julgamento, que ocorreu no Fórum de Araraquara, na última terça-feira (21). A defesa disse que vai recorrer da sentença.
Anderson, hoje, com 26 anos, foi condenado por esfaquear a ex-namorada Tatiane Fontes Lopes da Silva, no Parque das Laranjeiras, em dezembro de 2022. Na época, a jovem tinha 22 anos.
O Ministério Público do Estado denunciou o réu por homicídio qualificado tentado, por motivo fútil, com recurso que dificultou a defesa da vítima e pelo crime ter sido cometido contra mulher.
O advogado Luis Roberto Moretti disse que vai recorrer da sentença no Tribunal de Justiça de São Paulo por entender que algumas questões não foram consideradas pelos jurados, mas preferiu não mencionar as eventuais contradições.
“Ele tinha plena ciência de que tinha errado e que iria pagar pelo que fez. Contudo, a defesa entende que há algumas questões que merecem ser reparadas, que pelo contexto, situação, não mereceriam uma condenação nos moldes em que foram colocadas”, explicou ao acidade on.
Anderson Gomes já estava preso na penitenciária de Araraquara. Ele fugiu após o crime, mas se entregou à polícia cerca de 10 dias depois.
O advogado destacou que este tipo de julgamento comove a sociedade e sensibiliza os jurados, mas ressaltou que Anderson era trabalhador e não tinha antecedentes criminais.
“A gente tenta fazer da melhor maneira possível o nosso trabalho e busca atender também o anseio social, mesmo assim ainda acontece de, algumas vezes, o julgamento ser um pouco além do que o réu mereceria“, ponderou o advogado.
Anderson foi denunciado ainda por descumprimento de medida protetiva e pelo fato de o crime ter sido praticado na presença do filho da ex, de apenas 4 anos.
Para o MP, o homicídio não se concretizou apenas por circunstâncias alheias à vontade do réu.
DIA DO CRIME
Testemunhas relataram que o casal estava separado há três meses e que, desde então, Tatiane era vítima de ameaças. A jovem tinha protetiva contra o ex e, no dia anterior ao crime, chegou a procurar pela Polícia Civil para registrar o descumprimento da medida.
Após ser esfaqueada, ela foi socorrida em estado gravíssimo até à Santa Casa, mas sobreviveu. Familiares, inclusive, fizeram campanha pedindo doação de sangue para a jovem.
O suspeito fugiu levando a arma do crime. Mas se entregou no dia 22 do mesmo mês.
