“Nunca tive pretensão de parar, pois o trabalho é uma das formas de interação com o mundo e acredito que ainda tenha muito que aprender e contribuir”. Foi depois dos 60 anos e com uma vontade enorme de continuar ativa, que Inês Marini Rodrigues – Analista de RH – começou neste mês de outubro em um novo emprego e descobriu um mundo repleto de coisas novas.
“É um momento de renovação de ciclo, de aprendizagem e trocas muito produtivas. Estou conhecendo a empresa e mudando minha área de atuação, pois sempre atuei na área de transporte e logística e hoje estou realizando o sonho de estar dentro de uma indústria com processos interessantes de gestão de pessoa. Estava trabalhando no setor de educação, com contratos por tempo determinado e trabalhando como autônoma em consultorias”, ressaltou.
Inês preenche uma das duas vagas do programa ‘Diamante’ da empresa Lupo, que tem objetivo de contratar pessoas com 60 anos ou mais e, assim, integrar profissionais de diferentes gerações.
Além disso, essa é um das faixas etárias mais difíceis de conquistar uma vaga de trabalho. De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostraram que existem cerca de 32,85 milhões de idosos hoje, sendo que, mais de 17 milhões de famílias brasileiras têm como principal provedor uma pessoa de 60 anos ou mais. Mesmo com essa dependência financeira de grande parte da população, esta faixa etária ainda está pouco presente no mercado de trabalho, como mostram os dados da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS) de 2019, que registraram pouco mais de 2 milhões de pessoas com 60 anos ou mais em vagas formais no Brasil, número ainda muito baixo se comparado com o total de vagas abertas, mais de 47 milhões no mesmo ano.
PROJETO DIAMANTE
Atualmente, são duas vagas destinadas ao projeto – psicologia e química -, mas a ideia é ampliar para outras áreas.
“A ideia de trazer um profissional experiente, pois credito que a troca e a vivência, mostrar a prática além da teoria traz mais benefícios do que apenas falar com quem está iniciando. A fusão de gerações traz muitos benefícios para a empresa. Independente da idade você tem muito a contribuir e a receber, e a ideia acaba sendo apenas um detalhe”, explica Tatiane Leite da Silva – Analista de Projetos, que teve a ideia de trazer os ‘estagiários’ acima de 60 anos.
“Ao longo dos nossos 100 anos, a Lupo sempre valorizou muito seus colaboradores e incentivou a capacitação para que eles fossem evoluindo junto com a empresa e continuassem sempre conosco. Hoje, trabalham aqui pessoas de várias gerações, às vezes até da mesma família, como: pais, filhos e netos, algo que nos proporciona muito orgulho”, comenta Liliana Aufiero, diretora presidente da Lupo.
