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CotidianoInsegurança em Araraquara: comerciantes se revoltam com furtos no São José

Insegurança em Araraquara: comerciantes se revoltam com furtos no São José

Furtos constantes e presença de usuários de drogas geram clima de insegurança; SSP e Prefeitura frisaram reforço de policiamento e de assistência social 

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Paola Rovere e Wilton Vital reforçaram grades em comércio após cinco furtos (Foto: Amanda Rocha)
Paola Rovere e Wilton Vital reforçaram grades em comércio após cinco furtos (Foto: Amanda Rocha)

 

Uma onda de furtos constantes vem preocupando e revoltando comerciantes e moradores do bairro São José, em Araraquara. 

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A região enfrenta uma série de criminalidade em estabelecimentos comerciais, fluxo constante de usuários de drogas e moradores de rua em extrema vulnerabilidade social. 

O comerciante Wilton Vital abriu no ano passado uma cafeteria na Rua Padre Duarte, a rua 4, e em seis meses foi furtado cinco vezes

“Já fomos furtados diversas vezes. A primeira vez foi furto de fios quando estávamos reformando o imóvel,  na segunda vez furtaram todos os fios e lâmpadas da área externa. Na terceira, um pedinte entrou para pedir dinheiro e ao sair roubou peças colecionáveis de uma estante com vidro próximo a entrada. Na quarta vez, arrombaram a porta de madrugada e roubaram uma TV, mesmo com o alarme disparado”, apontou. 

Vital também frisou que no mesmo dia do furto da TV, um profissional foi chamado para instalar grades de proteção, e o mesmo teve a caixa de ferramentas furtada de seu carro. 

“Entre nosso comércio e dois quarteirões para qualquer sentido, sabemos de mais pelo menos oito furtos ou assaltos. Inauguramos em maio do ano passado, desde a inauguração nós vemos um fluxo realmente grande de pedintes ou usuários de drogas. Parte deles se instalaram dentro do imóvel do antigo restaurante Tchê”, apontou.

De acordo com dados da Secretaria de Segurança Pública (SSP), a região do São José teve quatro roubos e 69 furtos neste ano, o que equivale a 28,75% dos furtos em Araraquara dividido nas quatro regiões da cidade, que somam 240 furtos. 

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PORTAS FECHADAS
Próximo à cafeteria, na Rua Voluntários da Pátria, a (Rua 5), um restaurante de comida natural foi fechado recentemente após dois furtos seguidos. 

A chef e proprietária Luana de Oliveira Vieira chegou a realizar campanhas e rifas para não baixar as portas de vez.

Porém, no último furto, no final de janeiro, os criminosos “limparam” o comércio: panelas, eletrodomésticos, alimentos e até a câmera de segurança foi levada. 

Preocupada com a falta de segurança, ela desistiu do local. A chef cozinhava para moradores em situação de rua e distribuía marmita toda semana no projeto “Amor é Orgânico”. 

“Não tenho segurança, estou com medo de recomeçar e acontecer tudo de novo”, disse em entrevista na época. 

Ladrões arrombaram a janela e furtaram tudo em restaurante no São José (foto: Arquivo pessoal)
Ladrões arrombaram a janela e furtaram tudo em restaurante no São José (foto: Arquivo pessoal)

 PROBLEMA SOCIAL
Para comerciantes da região, um dos problemas apontados para o aumento da criminalidade é ao fluxo de usuários de drogas e moradores em situação de rua

O comerciante Plinio Cesar Silva percebeu o aumento de furtos ao redor. Ele associa a presença massiva de usuários de drogas ao redor dos estabelecimentos comerciais à falta de segurança.  

“O aumento é significativo, todo dia tem ocorrência de furto inclusive o café foi furtado quatro vezes em 60 dias aqui ao lado”, disse. 

Plínio foi assaltado uma vez a mão armada, e espera nunca mais passar pelo episódio. 

A engenheira de controle e automação robótica, Larissa Leme Resende, é proprietária de uma loja de robótica no bairro e refletiu a insegurança. Ela também já foi furtada. 

“Não houve aumento de policiamento nenhum, na verdade da última vez que chamei a polícia levaram mais de seis horas para chegar. Não há rondas, o argumento deles é que só dispõem de uma viatura para atender toda uma região”, disse.

Moradores e comerciantes se comunicam através de grupos de WhatsApp para compartilhar imagens de câmeras de segurança e se protegerem. 

“A gente tem sobrevivido e arcamos com o prejuízo. Colocamos grades, câmeras, reforçamos as medidas de segurança, contratamos alarme, quando possível até seguro. Mas adianta? Não. No máximo dificulta”, desabafou. 

No imóvel em que ela divide com Vital, uma grade de segurança foi colocada, além de sensores.

“Estamos inseguros e não conseguimos nos proteger. Fazemos de tudo que traga sensação de segurança e bem estar para nossos alunos e clientes. Mas vivemos atentos, porque uma hora ou outra pode acontecer de novo”, disse Paola Rovere, coordenadora de robótica. 

O QUE DIZ A POLÍCIA
Em nota, a Secretaria de Segurança Pública informou que as  polícias, Civil e Militar, estão trabalhando para melhorar a segurança do bairro.

“Em janeiro deste ano, os roubos em Araraquara, apresentaram queda de 42,4% na comparação com o mesmo mês de 2022. O caso citado pela reportagem é investigado pela Delegacia de Investigações Gerais (DIG) de Araraquara, que trabalha para identificar e deter os autores”, frisou a nota. 

A SSP ressaltou a importância do registro do boletim de ocorrência para que os casos sejam devidamente investigados e as polícias possam mapear os locais com maior incidência criminal e desenvolver novas ações de combate à criminalidade. 

O boletim pode ser registrado online pela Delegacia Eletrônica (www.delegaciaeletronica.policiacivil.sp.gov.br).

“A polícia orienta abrir um Boletim de Ocorrência, enviar fotos e filmagens e aguardar. Mas eles mesmo admitem que estão sobrecarregados e que, caso peguem os responsáveis, provavelmente não poderão fazer muito, por ser uma infração de baixa periculosidade”, rebateu Larissa. 

O QUE DIZ A PREFEITURA 
Já a prefeitura frisou em nota que equipes do Centro Pop/Serviço Especializado em Abordagem Social (SEAS), da Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social vem oferecendo serviços e assistência e recolhimento da população em vulnerabilidade do bairro

“A proteção social da população em extrema situação de vulnerabilidade é a meta central das equipes. No caso das pessoas em situação de rua naquela região do São José, as equipes estão acompanhando sistematicamente a situação, tentando estabelecer vínculos por meio de abordagens recorrentes”, apontou. 

Porém, a nota reforçou que a maior parte dessa população é dependente química e geralmente não reage bem às abordagens. 

“Grande parte dessas pessoas é dependente de substâncias psicoativas e, muitas vezes, não reagem bem à tentativa de abordagem social. Mesmo assim, essa abordagem é recorrente, com foco na retirada dessa pessoa da rua”, continuou. 

A prefeitura reforçou que  a Secretaria Municipal de Cooperação dos Assuntos de Segurança Pública tem feito a interlocução com o Comando da Polícia Militar e da Polícia Civil. 

“Além dessa intermediação, a Secretaria de Cooperação de Assuntos de Segurança Pública tem o programa Câmera Cidadã, que pode ser utilizado pelos cidadãos, como forma de potencializar a vigilância e passar as informações para as polícias”, encerrou.  

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