A filha e a neta de Gelso Baptista da Silva, 82 anos, um dos dois idosos que morreram atropelados por um ônibus da Viação Paraty neste sábado (11), chegaram a conversar com o motorista logo após o acidente.
“Ele estava sem reação. Eu o chacoalhei e falei o que você fez? e já me puxaram pra trás, porque não tinha mais o que fazer. Minha vontade era tirar a vida dele, porque foi muita irresponsabilidade passar a noite bebendo e ir trabalhar, pegar numa direção. Meu avô só estava cuidando das suas coisinhas. Ele matou duas pessoas e colocou em risco a vida de quem estava no ônibus”, declarou Mônica de Souza, neta de Gelso Baptista.
Ela disse que estava com sua filha, bisneta da vítima, quando recebeu uma ligação alertando sobre o atropelamento e foi ao local achando que ia colocar o avô no carro e levar para a UPA, antes de encontrá-lo já morto.
“Quando vi meu avô daquele jeito, levei minha filha pra casa. Voltei depois de uns quatro minutos, pois moro bem perto, e o motorista já havia sido levado”, disse Mônica, explicando que não sabe se o acusado tentou fugir, como algumas testemunhas chegaram a apontar.
Segundo Roseli Moraes Marcelo, filha de Gelso Baptista, ele estava indo alimentar as galinhas no terreno em frente à sua casa, como fazia todas as manhãs, quando aconteceu o acidente.
“Minha irmã mora ao lado, ouviu o barulho e me avisou. Quando cheguei, ele estava morto e o muro caído. Acho que o motorista arrastou meu pai pra dentro, depois deu ré no ônibus. A roda estava reta e o ônibus está funcionando. Não foi problema mecânico, o ônibus estava no meio do quarteirão, quase chegando à outra esquina”, disse a filha da vítima.
Levado à delegacia, o motorista alegou que a barra de direção do ônibus quebrou. O teste de bafômetro constatou embriaguez, com 0,43 mg/L.
O outro idoso atropelado, Luiz Carlos Rosário, 62 anos, morreu ao ser atendido na Santa Casa. Segundo a filha de Gelso Baptista, ele era muito amigo de seu pai e o acompanhava durante as manhãs, quando os dois iam cuidar das galinhas, tartarugas e coelhos no terreno onde ocorreu o atropelamento.
“Todo dia de manhã meu pai ia ao terreno cuidar dos bichinhos, que são a diversão dos netos e bisnetos. E o amigo ia junto, amava meu pai, pra onde ele ia o outro ia atrás”, concluiu.
A advogada da empresa Viação Paraty, Flávia Dantas, foi até a delegacia e disse que só se pronunciaria após saber mais detalhes sobre o acidente.
(Com informações de Milton Filho/Rádio CBN)