- Publicidade -
Cotidiano"Não sei o que vamos comer no final do dia", diz moradora de Araraquara

“Não sei o que vamos comer no final do dia”, diz moradora de Araraquara

Família em vulnerabilidade social do Parque dos Sabiás diz que CRAS não tem previsão de entrega de cesta básica, Prefeitura nega e avalia caso

- Publicidade -

  

Jaci mostra a geladeira vazia: família de Araraquara em vulnerabilidade social está sem comida (Foto: Amanda Rocha)

- Publicidade -

 

 

 

“No momento estou sem comida em casa, não tem arroz, não tem feijão”, assim Jaci Maria da Costa, 41 anos, resume a sua realidade. 

Moradora do Parque Sabiás de Araraquara, Jaci está desempregada e tem três filhas menores de idade, de 6, 11 e de 17 anos. 

- Publicidade -

A família está em vulnerabilidade social e sobrevive com menos de um salário mínimo. São R$ 900 que vem de parte de uma pensão da filha menor e do Auxílio Brasil (antigo Bolsa Família).  

Porém, o valor não dá para as despesas alimentares da casa e contas como água e luz. Tanto que quatro contas de água estão atrasadas e o prazo para o pagamento seria nesta terça-feira (14). 

A conta de água vem em torno de R$140 ao mês e a de água R$80. Já a casa em que moram está em processo de regularização na Justiça e a família não precisa pagar aluguel.  

“Estamos passando necessidade. Ainda não sei o que vamos comer no final do dia, vou dar um jeito de comprar alguma coisa para elas comerem. Eu tento fazer milagre com o dinheiro, está um absurdo a conta de água e luz. Não está nada fácil”, contou.   

Família de Jaci mora no Parque Sabiás em Araraquara (Foto: Amanda Rocha)

 

 VEJA TAMBÉM  

Após repercussão, generosidade tira casal de Araraquara da fome
Quilo do feijão carioca sobe e chega até R$12 em Araraquara 

Jaci tem uma filha especial, a Sarah, de 17 anos. Ela toma medicamentos controlados e precisa de atenção e cuidados da mãe diariamente, o que torna difícil para Jaci conseguir um trabalho. Às vezes, Jaci consegue bicos como faxineira e tenta adequar os horários com os cuidados especiais com a filha. 

“Eu tenho que cuidar dela e não consigo sair para trabalhar, e ainda tenho as crianças menores. Quando aparece alguma faxina eu faço, mas está complicado”, contou.   

 

Sarah e Jaci: filha de 17 anos é especial e precisa de tratamento psiquiátrico adequado (Foto: Amanda Rocha)

 

 Para Jaci, a garota necessita de reavaliação e tratamento médico especializado. “Não sabemos o que a Sarah tem direito, ela terminou os estudos mas não aprendeu a ler e nem a escrever, é muito agitada. Ela estudava em escola comum com outros alunos. A Sarah precisa passar em um neurologista pra gente entender o que acontece com ela. Mas não consegui consulta ainda”, desabafou. 

IMPASSE NA CESTA BÁSICA
Jaci informou que na quarta-feira (08) passada requisitou uma cesta básica com a assistência social do Centro de Referência da Assistência Social (CRAS) do Parque São Paulo. No entanto, foi informada que não havia previsão de entrega de cesta básica. 

“Uma assistente social me ligou e disseram que eu precisava renovar o cadastro, perguntei sobre a cesta básica e ela disse que não tinha previsão para chegar. Nesse ano só peguei uma vez a cesta, porque nunca tem e eu acabo desistindo”, apontou. 

As duas filhas menores de Jaci frequentam a escola e costumam se alimentar na instituição. Vizinhos e amigos ajudam com doações sempre que podem. 

A reportagem conversou com outras moradoras do bairro, que não quiseram se identificar, e o problema da falta de cesta básica foi reforçado. 

FOGÃO, GELADEIRA E ROUPAS
A geladeira da casa da família é muito antiga e não funciona direito pois está congelando. Já o fogão, apenas uma boca funciona. 

Há alguns anos, a casa de Jaci pegou fogo e ela perdeu muita coisa. Hoje em dia, as meninas precisam de roupas em geral, de frio e de sapatos, além dos alimentos. 

“É sempre bem vindo roupas e sapatos, mas ter comida no prato é o principal”, concluiu.  

 

Fogão está somente com uma boca funcionando (Foto: Amanda Rocha)

O QUE DIZ A PREFEITURA

Em nota, a Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social esclareceu que a família de Jaci Maria da Costa é atendida sistematicamente no CRAS do Parque São Paulo e a elas nunca foi negada cesta básica. 

A pasta nega também a falta de cestas básicas nas unidades do CRAS do município. 

“O CRAS oferece diversos atendimentos, que vão muito além da distribuição de cesta básica. As equipes estão disponíveis para o atendimento de porta aberta, que é quando a pessoa chega com uma necessidade urgente, mas há questões que precisam ser agendadas. O que se observou pelas equipes CRAS do Parque São Paulo é que a moradora Jaci faltou em alguns atendimentos agendados recentemente”, justificou a pasta. 

A Secretaria de Assistência Social enfatizou que para ser atendido pelo CRAS é necessário fazer agendamento. 

“Essas questões precisam de agendamento. Por mais que a cesta básica exija urgência e as equipes estão muito atentas a isso, ela faz parte de uma estratégia de atendimento; é uma ferramenta num conjunto de atendimentos prestados pelas equipes”, apontou. 

A Secretaria de Assistência e Desenvolvimento Social reforçou que nesta quarta-feira (15) vai continuar a apuração do caso da família para buscar a solução do problema. 

 COMO AJUDAR? 

Para ajudar a família em vulnerabilidade social, entre em contato pelo número (16) 99643-3553 ou pelo endereço Rua: João José de Andrade Filho 70 / Parque dos Sabiás – Araraquara 

PIX: taisc015@gmail.com (Taís Cristina de Oliveira ) 

  

 LEIA MAIS 

Câmara aprova destinação de R$10 mi para Santa Casa de Araraquara

- Publicidade -
- Publicidade -
- Publicidade -
- Publicidade -
Notícias Relacionadas
- Publicidade -