O Daae (Departamento Autônomo de Água e Esgotos) adotou a Operação Estiagem com cortes no fornecimento de água como forma de reduzir o consumo em Araraquara. Cerca de 60 mil pessoas são afetadas diretamente com a medida.
De acordo com a autarquia, os reservatórios da região da Fonte Luminosa amanheceram nesta sexta-feira (6) com 37% da capacidade, caiu para 27% e voltou a 32% com manobras realizadas na rede.
Em números absolutos, este percentual corresponde a 4,7 milhões de litros a menos em relação à sua capacidade de reservação.
“Este período prolongado de seca, com pouquíssima chuva, calor e fumaça estão ocasionando aumento de consumo da população, que está 80% maior e dobra em certo momento“, afirmou o diretor Comercial e de Relações Institucionais do Daae, Alexandre Pierri.
A autarquia justificou que 35% da cidade, o que corresponde a 60 mil pessoas, são abastecidos por água superficial e dependem de setores que têm a captação subterrânea. Porém, as manobras na rede não têm sido suficientes para manter toda a cidade abastecida o dia todo.
“Mesmo fazendo essas manobras, não está sendo suficiente manter os reservatórios por 24 horas. Então, a gente precisa da colaboração, que a população entenda a real necessidade que não passa apenas por Araraquara, tem cidades piores”, comentou Pierri.
Para abastecer a região da Fonte, por exemplo, o Daae transfere água dos reservatórios do Selmi Dei para a Chácara Flora e, depois, para o Planalto. O mesmo ocorre quando o reservatório do Pinheirinho transfere água para o Parque São Paulo e, em seguida, para a Vila Xavier.
Segundo o diretor, como as manobras e cortes no fornecimento são adotados apenas quando há aumento de consumo e baixo nível dos reservatórios, a palavra racionamento é inapropriada.
“Racionamento é parar o sistema em dias e horas estabelecidos. Araraquara tem uma dinâmica que fica 24 horas operando, fazendo conta, verificando de onde pode fazer este remanejamento, além dos pontos de monitoramento de pressão de rede em toda cidade”, explicou.
Diante da falta frequente de água, o Daae tem enfrentado outro problema: o aumento de consumo em horários que fogem da média histórica. Isso tem acontecido porque a população tem se antecipado aos cortes.
“Ontem [quinta-feira, 5], foi bem atípico. A gente esperava um pico de consumo às 16h, que ocorreu três horas antes”, disse.
Diante do quadro de crise hídrica, Alexandre Pierri adiantou que o Daae está estudando remanejar investimentos em perfuração de novos poços para atender as regiões abastecidas por água superficial e que, consequentemente, são as mais afetadas.
“A natureza não está produzindo este volume de água. É importante entender isso porque temos planejamento […] O saneamento é dinâmico, faz você quebrar paradigmas. O que está acontecendo com o clima? Então, temos que rever. Não tem falta de planejamento, ele é perfeito, mas dinâmica é isso, não estamos parados“, concluiu.