O aleitamento materno traz vários benefícios para a mãe e o bebê. Além do fortalecimento do vínculo afetivo entre os dois, é um alimento fundamental para garantir a prevenção de doenças no futuro, visando uma melhor qualidade de vida. O ideal é que ele aconteça de forma exclusiva e em livre demanda até o sexto mês de idade.
Neste segundo capítulo da série de reportagens especiais dentro da Semana Mundial do Aleitamento Materno (SMAM), Jacinto Gonçalves da Silva, pediatra da Unimed Araraquara, pontua que as orientações para uma amamentação mais adequada começam durante o Pré-Natal, em consultas da gestante com o pediatra.
“É importante que a mãe saiba das transformações da mama, que faça o banho de sol durante a gestação, bem como se informe como proceder quando amamentar. O estímulo a sucção, o mais precoce possível (logo ao nascimento), é fundamental para que aconteça o reflexo da descida do colostro o mais rápido possível”, comenta.
Segundo o médico, para facilitar a mamada, o bebê tem que estar posicionado de frente para a mãe (barriga com barriga) com a face na posição de frente para a mama. A aréola deve estar bem flácida, realizando a ordenha, se necessário, para que ela e o mamilo sejam introduzidos na boca. E, finalmente, os lábios devem estar evertidos (voltado para fora) e com o queixo encostado na mama, para que possa ocorrer uma maior eficiência na sucção.
Não existe um período de tempo determinado para os intervalos das mamadas e tão pouco a duração da mesma. A amamentação deve acontecer por fome ou sede. “Após 3,5h, ofereça o seio que o bebe não solicitou, ao menos nos primeiros dias, evitando a desidratação. Ao terminar, nunca posicione o bebê de bruços. É mais seguro deixá-lo de barriga pra cima e cabeceira elevada nas primeiras semanas de vida”, explica o especialista.
Os cuidados com a mama materna continuam os mesmos após o nascimento, evitando o uso de sabonetes no mamilo. “Tire a saliva do bebê após a amamentação e faça uma limpeza com água filtrada no local. Mantenha o banho de sol diário. As lactantes devem se hidratar, pois o aleitamento gera sede”, alerta.
FIQUE TRANQUILA
Mesmo seguindo todas as recomendações, algumas mulheres podem apresentar dificuldades na hora de amamentar. Manter a calma e a paciência são fatores essenciais. Ansiedade e cansaço físico também podem diminuir a produção láctea. Logo, descanse junto com o seu filho.
“A princípio, toda mulher pode amamentar. No entanto, embora não seja habitual, em alguns casos, ela pode não conseguir ou não se sentir confortável com a prática ou à demora da descida do leite. Caso a mãe opte por não amamentar, um pediatra deve orientá-la sobre as melhores alternativas para o bebê continuar a crescer saudável com uma nutrição adequada”, finaliza Jacinto Gonçalves da Silva.