O movimento para compras de material escolar na primeira segunda-feira de 2022 ainda é tímido e de muita pesquisa em Araraquara.
Muitos pais faziam pesquisas de preço em lojas da cidade e trocavam mensagens em grupos de WhatsApp da escola para avisarem sobre promoções de cadernos, lápis, mochilas e muito mais.
Um aumento de 15% a 30% no valor dos materiais escolares em 2022 é previsto pela Associação Brasileira de Fabricantes e Importadores de Artigos Escolares (ABFIAE).
Segundo a ABFIAE, matérias primas como papelão, lápis, papel, embalagens e produtos importados sofreram aumento devido a variação do dólar no país, somado a elevação dos preços de fretes internacionais.
A manicure Regilaine Fermiano, 39 anos, estava acompanhada do casal de filhos, uma menina que está no 8º ano e um menino no 1ª ano. Ela comentou que este ano só vai comprar o necessário.
“Comprei só o necessário mesmo porque se formos trocar tudo é um absurdo, lápis, caneta, borracha está tudo mais caro. O que temos em casa vamos aproveitar, mochila, estojo. Mas para o filho pequeno eu vou ter que comprar tudo novo porque está começando agora, já minha filha vai continuar com o que tinha”, apontou.
BATER PERNA PARA ECONOMIZAR
A educadora física Érica de Souza, 36 anos, disse que faz várias pesquisas em lojas para comprar material para a galerinha de casa. Ela contou que um grupo de WhatsApp da escola ajuda muito na troca de informações e de valores.
“Eu procuro pesquisar em três lugares, e temos um grupo das escolas que ajuda muito. Uma mãe vai para um lugar, a outra vai para outro e acabamos trocando muita informação, compramos uma coisa em uma loja e um produto em outra. Tudo encareceu, tem que pesquisar bem , frisou.
Outro ponto que ela reforçou foi de não levar as crianças juntas na hora de comprar o material. “Tem muita novidade e quando vem com as crianças nas lojas piora, porque eles escolhem sempre as novidades”, riu. “O que mais quero é um caderno no Naruto. Também quero um estojo novo”, disse Sofia, filha que a acompanhava.
Érica enfatizou que procura comprar sempre material de boa qualidade e resistente para que dure o ano todo. “O material tem que ser mais resistente com crianças, senão em seis meses tem que comprar material novo”, avaliou.
PERFIL DO CONSUMIDOR
Patrícia Dalla, gerente de loja de material escolar, comentou que está com muitos produtos na promoção e que manteve o valor do ano passado em diversos materiais escolares.
“Como antecipamos muito os pedidos e nos programamos, não pegamos esse aumento, na verdade os clientes estranham os valores porque o ano passado não teve aula, então tem essa diferença “, apontou.
A gerente enfatizou que houve uma mudança de comportamento do consumidor, e muitos preferem comprar online.
” O pessoal compra muito pelo zap, pais fazem vídeos chamada para as crianças escolherem, nós mandamos fotos dos cadernos. Esse tipo de mudança de consumo veio com a pandemia, é um perfil do consumidor de hoje e creio que essa é uma tendência”, refletiu.
O comerciante José Roberto Favero de Souza está no ramo de material escolar há quase 30 anos. Ele acabou de inaugurar e ampliar uma loja na região central da cidade e está otimista com as vendas deste ano.
“Investimos bastante e espero que esse ano seja mais significativo. O setor foi prejudicado devido a inflação, parte de informática está atrelada ao aumento do dólar, mas estamos praticando o preço antigo, porque tinha muita coisa no estoque ainda e trabalho com preço de atacado. A perspectiva é que o setor volte aquecido, é muito bom ver a alegria das crianças e dos pais na volta as aulas”, finalizou.