Nos primeiros quatro meses deste ano, 92 pessoas foram atendidas vítimas de picadas de escorpião, em Araraquara – uma a menos em relação ao mesmo período de 2021. O número é do Centro de Tratamento Regional de Acidente por Animais Peçonhentos de Araraquara (Centrap).
A publicitária Jéssica Ingrid Clescic de Souza, de 32 anos, foi uma das vítimas mais recentes do animal. Na última sexta-feira (22), ela foi picada enquanto limpava o quarto.
“Eu só senti o meu pé pegando fogo, literalmente, queimando. A hora que eu olhei, o escorpião, de uma espécie pequena, estava grudado no meu tornozelo”, lembra.
O mesmo aconteceu com o jornalista Felipe Santilho. Ele foi picado na mão ao se deitar em um colchão que fica no chão da sala de casa.
“Ele [escorpião] estava embaixo do lençol e eu não vi. Na hora que eu pus a mão, ele picou o meu dedo. Senti uma dor muito forte. Nunca tinha sentido essa dor”, conta.
Estes casos não são isolados. Em 2021, por exemplo, foram 234 registros de acidentes com escorpiões, atendidos pelo Centrap.
O biólogo, técnico em enfermagem e um dos responsáveis pelo Centro, Israel Aparecido Joaquim, conta que os acidentes costumam aumentar entre novembro e maio, por ser um período mais quente e chuvoso, ou seja, com condições ideias para o aracnídeo.
Ele explica que a melhor forma de prevenir acidentes é dificultar o acesso do animal à residência, tapando frestas de janelas e portas, grelhas de quintal e ralos de banheiros.
“Todas as vezes que for calçar um sapato que ficou embaixo da cama, também é bem interessante chacoalhar porque os animais entram [no calçado] e a pessoa pode sofrer um acidente”, completa.
“É importante manter quintal limpo, não acumular entulho de construção e manter as caixas de gordura sempre limpas, fazendo manutenção a cada seis meses para não atrair baratas e, consequentemente, escorpião”, reforça.
Israel Joaquim salienta que nenhuma dedetização é eficaz. Segundo ele, o veneno não funciona como barreira química e não mata o animal.
EM CASO DE ACIDENTES
O Felipe Santilho procurou imediatamente a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Central, que é referência em acidentes com aracnídeo, até mesmo para pessoas com convênio médico.
Lá, ele foi examinado e medicado com o soro que bloqueia o veneno do animal. “Estou bem agora, tomando todo medicamento que me passaram. Estou feliz de estar em casa e com saúde, e de poder alertar as pessoas”, diz o jornalista.
O biólogo complementa que é preciso procurar atendimento médico imediatamente e, se possível, com o animal causador do acidente para que seja ministrado o medicamento correto.
Outra orientação é não cortar, amarrar ou sugar o local da picada. A aplicação de gelo também deve ser evitada.