Sabe aquela unha encravada, pé rachado, calo ou aquela micose difícil de curar? O podólogo é o profissional certo para cuidar desses incômodos que podem nos acometer durante a vida.
O profissional cuida da saúde dos pés como ninguém e neste sábado (04) é celebrado o Dia do Podólogo.
Elzio Delfini Júnior, 61 anos, é possivelmente o único podólogo homem de Araraquara. São 12 anos de profissão voltada para a saúde dos pés e que foi descoberta através de um plano B.
“Eu trabalhava como segurança do trabalho em uma usina e todo final de ano tinha corte de funcionários. Então comecei a refletir no que fazer para não ser pego de surpresa e ter um plano B. Deu certo”, lembrou.
No último mês do curso de podologia, Elzio foi demitido. Mas há males que vem para o bem, e o ex-segurança do trabalho começou uma nova e próspera profissão.
ESTÍMULO DA ESPOSA
Estimulado por sua mulher Leuza Mantovani Delfini, que na época era manicure e começava a atender como podóloga, Elzio se matriculou em um curso de podologia em Ribeirão Preto.
O curso leva dois anos para ser concluído, e em 2009 ainda não havia curso em Araraquara.
“Minha esposa já trabalhava como manicure e começou a fazer o curso de podologia em São Carlos, e começou a me incentivar. Então eu decidi me inscrever e gostei. Como já via ela trabalhando, ela começou a me orientar também e entrei na profissão após ser demitido”, contou.
Desde então, os dois trabalham juntos em um salão próprio no Jardim Paulistano.
PRESENÇA MASCULINA
O profissional frisou que para ser podólogo é preciso ter habilidade com as mãos e gostar de tarefas manuais. Quando ele fazia o curso, tinha outro homem também na turma, mas não chegou a concluir.
“No curso tinha só um homem comigo mas ele não terminou, tentou voltar mas não concluiu. Tem que ter habilidade com as mãos, gostar de tarefas manuais. É mais comum mesmo ver mulheres porque muitas já são manicures”, disse.
Já entre os clientes, a presença masculina é mais frequente. Em clubes de futebol, por exemplo, há podólogos (as) que cuidam dos pés dos jogadores.
“Tenho clientes homens que cuidam dos pés, e quem lida muito com as mãos – como bancários, sempre cuida das unhas. Alguns clubes tem podólogos porque os jogadores machucam muito os pés e unhas. Eu fazia um pé de um jogador que tinha calo, e indiquei uma palmilha, isso já resolveu o problema dele”, reforçou.
Elzio lembrou que os principais problemas são micose e deixar a unha muito comprida – o que acaba fazendo com que a unha descole do dedo.
“O descolamento gera um fungo e só vai aumentando o problema, o ideal é ter uma frequência mensal para cuidar”, disse.
PLANO B QUE DEU CERTO
Um ponto que Elzio ressaltou é a autonomia da profissão, pois há mais liberdade de horário, além das amizades que surgem no dia a dia. Ele faz questão de ressaltar que a clientela é de boca a boca, sem redes sociais.
“É muito gostosa essa profissão, e hoje não me vejo em outra profissão, ainda mais na minha idade, a semana passa rápido, trabalho de terça a sábado. E não falta cliente. Nossa propaganda é no boca a boca, um vai contando para o outro, trazendo a mãe, o pai, um amigo, o avô”, apontou.
O podólogo lembrou que por usar a reflexologia nos atendimentos, é muito comum as pessoas se sentiram relaxadas e reenergizadas após o pé “feito”.
“Podólogo é para o bem-estar, eu faço a profilaxia dos pés. Como o pé tem todas as terminações nervosas do organismo -ao mexer no pé a gente sente um bem estar, reenergiza mesmo. A reflexologia é uma matéria específica que tem no curso de podologia, é uma massagem de relaxamento que fazemos no final do atendimento, mas dá para se especializar também, comentou.
Para Elzio, o único problema da profissão é com a postura, por ficar horas demais sentado em determinadas posições, as costas acabam doendo um pouco. Mas para isso, ele faz acupuntura, alongamento e uma boa caminhada para aliviar. E que venha o próximo cliente.