Uma mentira tem sido associada equivocadamente a um agente censitário do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE) de Araraquara. Pedro Balistieri, de 36 anos, foi aprovado em processo seletivo e, desde o dia 27 de junho, está nas ruas fazendo um trabalho que integra a fase anterior ao Censo 2022.
Nas redes sociais, circula o print de uma suposta conversa em aplicativo de mensagem com o alerta: “este cara está se passando por funcionário do IBGE, ele usa crachá e tudo, depois que entra na residência anuncia o assalto. Repassem para o máximo de pessoas”, [sic].
No mesmo print aparece ainda a foto do suposto criminoso, que tem sido atribuída indevidamente ao profissional do IBGE.
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Diante da repercussão da mentira, o agente passou a ser alvo de ameaças. O primeiro caso aconteceu na terça-feira (28). Mas se repetiu outras vezes ao longo da semana.
“Chamam a polícia ou querem me bater”, lembrou o agente. “O pessoal está morrendo de medo da gente. Ninguém sabe o que é o IBGE, que é do governo. Está todo mundo hostil. Já ouvi de policiais para não ir ao Quitandinha porque o pessoal esta querendo me pegar de porrada porque sou muito parecido com o cara da foto”, afirmou.
Atualmente, o agente trabalha na fase anterior ao Censo, realizando levantamento da infraestrutura dos bairros do Carmo, São José e Quitandinha. Ou seja, ainda não existe contato com a população – o que só deve acontecer a partir de agosto.
Pedro Balistieri é de Araraquara. Ele foi aprovado no processo de contratação temporária do IBGE, juntamente com outros 22 recenseadores.
Após os episódios recentes de risco a sua integridade física, ele foi retirado temporariamente das ruas. “Na foto não tem data, local onde estaria ocorrendo estes supostos crimes, não tem comunicado da PM, não tem nada. É só uma foto mal feita que as pessoas estão compartilhando e colocando em risco a vida de quem está trabalhando pela cidade”, afirmou. “Estamos sendo tratados como bandidos pela população”, completou.
O coordenador do IBGE, André Cavallieri, esclareceu que os profissionais estão identificados, utilizam colete do IBGE, crachá com número de matrícula e QR Code, boné e tablet com a marca do governo federal. “Pedimos a compreensão da população neste sentido. É possível verificar a identidade dos agentes pelo site“, afirmou.
Pedro Balistieri também fez um apelo para que a postagem deixe de ser compartilhada. “Eu espero conscientizar e alertar as pessoas sobre a fake news. Está acontecendo comigo, mas pode acontecer com outras pessoas. Nós vamos ter 300 agentes circulando pela cidade quando o Censo tiver acontecendo de fato. Então, na dúvida, não compartilhe este tipo de informação porque você pode colocar a vida das pessoas em risco”, finalizou.
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