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CotidianoPrefeitura abre sindicância para apurar morte de paciente

Prefeitura abre sindicância para apurar morte de paciente

Reginaldo de Souza teve um infarto, mas tinha procurado atendimento médico na UPA horas antes de morrer

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Prefeitura abre sindicância para apurar morte de paciente (Foto: Colaboração)

A Prefeitura de Araraquara abriu uma sindicância, nesta segunda-feira (25), para apurar a morte de um homem, horas depois de passar pela Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Central.  

Reginaldo Rodrigues Mendes de Souza, de 53 anos, teria passado mal na última sexta-feira (23) e foi levado por um amigo até a unidade de saúde.   

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“O Reginaldo me mandou uma mensagem por volta das 20h, com dores e pediu para levar ele para a UPA. Eu levei ele e chegando lá,  ele desceu andando normal e eu fui estacionar o carro. Nesse meio tempo, ele já tinha sido atendido, colocaram ele na cadeira de rodas e levaram ele para dentro. Quando cheguei me identifiquei, levei ele até a sala do médico e ele explicou as dores que estava sentindo, que era uma dor muito forte na região do abdômen e ele falava que a dor parecia ser do rim, mas relatou ao médico que tinha problemas de coração, já tinha infartado e que tomava remédios para pressão e coração. O médico questionou se tinha dores no coração e ele disse que não”, explica Edpo Torres, 27 anos, comerciante e amigo de Reginaldo.  

Ainda de acordo com Edpo, eles foram orientados a seguir até uma sala próxima, mas, ao chegarem no local, foram convidados a se retirarem.  

“Quando entramos uma funcionária já veio falando que era para sair de lá, pois quase foi agredida porque passaram um paciente na frente e  ficou mandando a gente sair. Eu voltei no médico e ouvi um outro funcionário falando que a emergência estava lotada e por isso não era para enviar pacientes para lá.  E o médico respondeu que se o paciente estava morrendo na frente dele, ele continuaria mandando para a emergência sim”, explica.  

Reginaldo foi para outra sala de medicação e fui para fora. Segundo Edpo, o médico teria dito que o amigo já estava sendo medicado e estava quase sem dor. Após a pressão baixar e aliviar a dor, Reginaldo foi liberado por volta das 23h.  

“Antes de sair, fui perguntar ao médico se não iriam fazer nenhum exame nele. Já não era mais o mesmo médico que havia atendido pela primeira vez e ele respondeu que o outro médico não tinha pedido nada e para garantir pediu um exame de sangue e urina”, diz.  

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Ele fez o exame de sangue, mas a urina ele não conseguiu fazer. O médico deu alta e pediu para levar o exame de urina na manha seguinte.  

“Saímos da UPA era meia noite, ele estava sonolento por conta do medicamento  e deixei ele na casa onde morava”, conta ainda o amigo.   

Reginaldo foi levado para a Upa Central Araraquara (Foto: Amanda Rocha)

No dia seguinte Edpo e o atual presidente da Câmara de Araraquara, Aluísio Braz (Boi), que era vizinho e amigo de Reginaldo, tentaram entrar em contato com o amigo, mas sem sucesso.  

“Todos os dias ele tomava café da amanhã comigo. No sábado pela manhã ele não apareceu. Fui para o meu salão e fiquei ligando para ele. Sem ter notícias,  pedi para o nosso vizinho ver o que estava acontecendo. Ele pegou a chave da casa dele com a ex-mulher de Reginaldo e abriu a porta, encontrando ele caído na porta do banheiro já sem batimento. Corri lá, chamamos o Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência), mas ele já estava sem vida”, explica Boi.  

O presidente da Casa ressalta que pediu sindicância para apurar o fato. “Meu amigo se foi, mas esse fato não pode se repetir”., já que o amigo foi, mas o fato não pode se repetir.  

“Era uma dor tão forte que precisaram usar morfina, por isso acho que seria prudente pedir uma bateria de exames e ficar em observação. Isso pode estar acontecendo com outras pessoas, creio que por motivos da covid eles não querem ocupar espaço, mas as pessoas não morrem apenas de covid. Por conta disso, pedi a abertura de uma sindicância, pois o Reginaldo não volta mais, mas podemos evitar outras mortes”, ressalta.   

Eliana Honain afirma que já foi pedida sindicância para apurar o fato (Foto: Divulgação/Câmara)

SAÚDE
De acordo com a secretaria de Saúde,  Eliana Honain, uma sindicância para apurar os fatos foi aberta e garante que dispensar o paciente rapidamente não faz parte do protocolo.  

“Ele chegou e não alegava dor no peito, mas uma dor que parecia uma cólica renal. Fizeram todos os exames é mesmo assim iremos abrir uma sindicância e encaminhar para a comissão de ética avaliar. Ele não tinha dor relativa a infarto e nem foi comprovada a morte por infarto, já que o Serviço de Verificação de Óbito (SVO) por conta da pandemia, o caso foi fechado pelo histórico clinico. O perfil de atendimento não é de dispensa rápida, mas apenas quando o paciente apresenta melhoras”, finaliza Honain.

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