O desconto nos pagamentos daqueles servidores que optaram por aderir à greve em protesto a retomada presencial do ensino, em Araraquara, gerou debate na tribuna popular na sessão da Câmara nesta semana. A diretora seccional de educação do Sindicato dos Servidores Municipais de Araraquara e Região (Sismar), Bernadete Couto, afirmou que volta às aulas somente com condições adequadas e seguras.
Segundo Bernadete, o munícipio não está de acordo com a lei. “Para realizar desconto precisa entrar na justiça pedindo julgamento da greve se é abusiva ou não e ao final do acordo firmado entre as partes seria decidida as medidas tomadas’, diz.
A representante do Sismar ainda ressalta que os descontos nos pagamentos foram feitos de várias formas. “Foi verificado que houve desconto salarial entre 5 de abril até o dia 18, também entre quem não aderiu e teve outros que aderiram a greve mas não tiveram alteração no salário”, fala.
Segundo a Dirigente Sindical ainda estão sendo apurados os números exatos de quantos servidores da educação tiveram descontos na folha de pagamento.
PREFEITURA
Em nota a Prefeitura informou que, em relação ao desconto dos salários dos profissionais que aderiram à paralisação, a Subprocuradoria Geral Trabalhista emitiu parecer favorável, entendendo que, independente da greve ser declarada abusiva ou não, ela suspende o contrato de trabalho.
Destacou ainda que o desconto será, contudo, incabível, se ficar demonstrada que a greve foi provocada por conduta ilícita do Poder Público.
Enquanto as partes não entram em acordo, os professores afirmam que continuarão em greve. “Ao visualizar os holerites e ver o desconto, os servidores não desanimaram e estão com mais garra de continuar a luta e seguir no movimento”, ressalta a dirigente sindical.