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CotidianoProfissão em extinção: conheça o amolador de facas de Araraquara

Profissão em extinção: conheça o amolador de facas de Araraquara

Alagoas é um dos poucos profissionais do ramo na cidade; há 40 anos, ele percorre a cidade a pé de porta em porta

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De porta em porta, Alagoas amola facas em Araraquara há 40 anos (Foto: Amanda Rocha/ acidade on)

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Uma profissão rara, mas, que ainda é vista pelas ruas de Araraquara: amolador de facas. Diariamente, José Ângelo da Silva, o Alagoas, percorre vários bairros da cidade em busca de clientes para amolar tesouras, alicates e facas.

Aos 77 anos de idade, ele se dedica à profissão há 40 anos. Pela manhã, ele sai a pé de sua casa, no Jardim Martinez, em direção à Vila Xavier, seu ponto de partida.  

“Cada semana eu faço um bairro. Trabalho seis dias por semana, de segunda a sábado, das 10h às 16h. Sempre começo pela Vila Xavier e depois faço Santa Angelina, São José, Fonte, e outros. Ando pela cidade todo dia”, apontou.  

EXTINÇÃO

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Com a bicicleta adaptada para o ofício, Alagoas comentou que é o único em Araraquara a bater de porta em porta.  Segundo ele, a profissão está acabando e há muitas dificuldades . 

“Acho que não vai ter ninguém mais amolando. Hoje em dia, estas profissões estão acabando. É uma profissão muito difícil, bater porta por porta. Levo desaforo, mas, o ignorante é uma minoria, a maioria é gente boa”, avaliou. 

Ele se aposentou há 11 anos, mas, trabalha como amolador para complementar a renda. “O que ganho dá pra viver, tenho uma aposentadoria, mas, como nasci pobre, eu tenho que trabalhar. Não tive estudo, fui criado no mundo, mas nunca bebi e nunca dei trabalho para ninguém”, contou. 

Com cinco filhos, 25 netos e seis bisnetos, o amolador disse que nenhum deles vai seguir a sua profissão. “Sou o último. Os jovens de hoje devem se dedicar aos estudos “, afirmou.  

 

Alagoas adptou uma bicicleta para trabalhar (Foto: Amanda Rocha/ acidade on)

 

 PERFIL

Para amolar os instrumentos, Alagoas cobra R$ 10. Geralmente, ele atende mais mulheres e de classe média. Quem conhece o seu trabalho, liga e marca um horário para o serviço.

“A maioria é mais da classe média para frente, porque o pobre não vai pagar R$ 10 reais para amolar, vai comprar óleo ou uma cartela de ovo”, avaliou. 

O amolador comentou que, hoje em dia, mudou o perfil da profissão. Embora não tenha amoladores de facas pelas ruas da cidade, há locais que fazem este tipo de serviço. 

“Hoje em dia, tem pouco serviço devido à concorrência, tem gente amolando em bancas, em chaveiros. Eu acabo pegando quem fica em casa e não trabalha fora. Amolar faca é o que sei fazer, é a minha profissão e minha vida”, conclui.  

Para outras informações , entre em contato pelo número (16) 988446574.

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