Desde o seu lançamento, o recurso de acelerar áudios no WhatsApp se tornou querido e muito utilizado pela maioria dos usuários. Porém, a psicóloga Naiara Mariotto alerta que o seu uso sem moderação pode ser visto como um problema para a saúde mental.
“Nós estamos em uma era de pessoas muito ansiosas e que estão sempre correndo contra o tempo. Então, na busca por otimizar as horas, fazer tudo mais rápido e mais coisas simultaneamente, ter a opção de acelerar os áudios talvez deixe para trás alguma informação importante que deveria ter recebido um pouco mais de atenção”, comenta.
Para Mariotto, a ferramenta também serve como um gatilho para mais ansiedade, pois deixa o usuário agitado diante das obrigações do dia a dia. “Se alguém eleva o volume da voz em uma conversa, eventualmente a outra pessoa também irá fazê-lo, mesmo que não perceba. O mesmo pode ser notado ao acelerar pequenas tarefas da rotina, como na utilização do recurso do WhatsApp”.
Outro ponto ressaltado por Mariotto é como a ferramenta pode trazer riscos para as relações pessoais. “A entonação da voz diz muito sobre como a pessoa se expressa e corresponde diretamente a forma como interpretamos e sentimos as informações que recebemos. Se acelerarmos isso, pode haver falha na comunicação e consequente danos a qualquer relação, familiar, de amizade ou amorosa”.
Dessa forma, a psicóloga explica que ao otimizar o tempo, o cérebro encontra espaço para consumir mais conteúdos, mas também gera uma sobrecarga de informações, que acarreta mais momentos de ansiedade. Segundo a especialista, moderação é a palavra-chave durante a utilização da ferramenta.
“As pessoas precisam entender quais são os seus limites, pois embora, de uma forma geral, o recurso seja benéfico, numa avaliação individual de necessidades ele pode ser prejudicial a saúde mental. Também vale lembrar que em dias ou momentos de maior ansiedade e tensão, talvez seja melhor evitar o seu uso e consequentes excessos”, diz.
